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Clara de Sousa: “Nunca escondi as minhas origens. Quem se nega, desonra-se”

Clara de Sousa, uma das mais conceituadas jornalistas em Portugal, foi entrevistada pelo semanário Expresso.

A pivô da SIC recordou a sua infância e juventude, marcada por algumas dificuldades: “Tendo a ser uma pessoa poupada. Nunca conseguiria viver tranquilamente, com a minha alegria natural, a minha despreocupação natural, se estivesse sempre com a corda na garganta ou a viver acima das minhas possibilidades. Os meus pais conseguiram sempre mais com menos. A minha mãe dizia que o dinheiro não é de quem o ganha, é de quem o poupa“.

Com a ajuda dos vizinhos, enchendo placas de cimento, erguendo telhados, construíram uma casa. Uma das coisas que me marcaram foi a de que em minha casa nunca havia fiambre, nem da perna nem da pá, nem queijo Flamengo. Só comia essas coisas em casa da minha madrinha, onde a minha mãe começou a trabalhar aos 18 anos“, descreveu.

A minha mãe veio com 11 anos para Lisboa para ser criada, porque era isso que acontecia: as jovens vinham do campo para serem criadas na cidade. Se me perguntarem se faltou alguma coisa de essencial, direi que não. Nem me achava pobre. Era de uma enorme riqueza e de uma liberdade imensa! Tinha a possibilidade de criar e de ocupar o tempo como queria. Se estava a chover, ficava dentro de casa e entretinha-me com jogos de tabuleiro, na rua jogava ao pião, ao berlinde. Adaptava-me às circunstâncias“, acrescentou.

Nunca as escondi [as origens humildes]. Quem se nega, desonra-se, e desonra todos os que estiveram antes e que permitiram que estivesse aqui“, rematou.

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