À espera do primeiro filho, Anna Eremin fez um longo desabafo no Instagram, onde confessou: “Odeio estar grávida”.
A atriz começou por referir: “São 24 semanas disto, faltam, pelo menos, 14 e acho que posso dize-lo publicamente e sem vergonha. Detesto estar grávida. E, atenção, isto não significa que não queira a criança, não esteja entusiasmadíssima a pintar um quartinho de verde, que venha a ser a pior mãe do Mundo… não. Significa apenas que odeio estar grávida. E sim, é impressionante e admirável o que o nosso corpo é capaz de fazer, os pontapés e os movimentos da bebé são fascinantes… MAS… preferia assistir a isso tudo ao longe”.
“Cada gravidez é diferente, é certo, e eu até tenho tido bastante sorte, supostamente. Não sou de risco, não tenho complicações. Não vomitei uma única vez, mas enjoei TUDO. E quando eu digo tudo, é mesmo tudo. Todos os cheiros pareciam ampliados a um nível monstruoso – deixei de conseguir usar qualquer gel de banho, deixei de conseguir dar beijinhos ao meu cão… senhores, até sexo eu enjoei (e como lidar com a pressão do cérebro em relação a isto? É que “é suposto aproveitar agora, porque depois da criança nascer…”)! O meu próprio cheiro dava-me a volta ao estômago (ainda dá… porque é que ninguém nos avisa que o nosso cheiro se altera e não é para melhor?)”, prosseguiu.
“O cansaço… o que é isto?! Toda a vida tive energia para dormir pouco, acumular trabalhos e ser uma formiga atómica. Os dias em que consigo fazer uma sopa são extraordinários. Tenho sono todos os dias, a toda a hora e, aparentemente, não, não alivia no segundo trimestre. Choro compulsivamente quase todos os dias e vejo tudo pintado a negro (“aproveita, passa tão rápido..” – não, foda-se, não está a passar rápido e não consigo aproveitar uma coisa que não gosto. É como dizer a um vegetariano “aproveita este bife na pedra, a vaca foi criada nesta quinta”). Acima de tudo, a estranheza maior é a sensação constante do meu corpo já não me pertencer (e nem vou entrar pela futilidade – que sinto todos os dias e culpo-me por isso – da minha cara parecer um adolescente com acne, as minhas gengivas sangrarem tanto apesar de todos os tratamentos que pareço o Drácula, de ter engordado 10 quilos, das coisas não me servirem e me sentir a pessoa mais feia deste planeta)”, explicou.
“Quando tenho a sorte de trabalhar como actriz, parece que já não sou eu, como se houvesse (e há) outra coisa a acontecer que não me deixa estar inteiramente no presente e isso é frustrante. Quando me olho ao espelho, não me reconheço, não gosto do que vejo e, grande parte dos dias, não tenho vontade de sair à rua… E sim, sou até uma gaja inteligente e informada e tenho plena consciência que as hormonas são o protagonista desta merda toda. Mas, foda-se!, é francamente insuportável. E com isto, claro que vem o medo… e se isto nunca passar? E se for pior quando estiver cá fora? E se o meu corpo não voltar ao normal (não é magro, é normal, obediente a mim, ágil, meu)? E depois uma pessoa abre o feed do instagram e todas as grávidas parecem felizes e lindas de morrer, então estou completamente errada! E depois as que já são mães dizem “oh, isso passa, relativiza…”.”, acrescentou.
“Senhores, claro que passa. Claro que relativizo. E mais, tenho a sorte de ter o melhor gajo do Mundo ao meu lado (e quem me dera estar a ter sexo incrível com ele em vez de estar a escrever este texto, mas, enfim, isso continua problemático #fuckyouhormones) que me atura e ampara e faz rir. Mas detesto mesmo estar grávida. E quando a criança estiver cá fora e eu me voltar a sentir eu própria (demore o tempo que demorar!), provavelmente (certamente) vou rir-me muito disto e também eu dizer “foda-se, devia ter aproveitado mais”. Mas isto não é para mil. É para uma ou outra grávida que esteja sentada no sofá a comer gelado de baunilha e a chorar compulsivamente e a estranhar o seu próprio cheiro não se sentir tão sozinha. Porque isto da gravidez, por mais gente fixe que se tenha à volta, é um processo muito solitário. Para o bem e para o mal. Uma pequena salva de palmas a todas as grávidas e mães. Felizes ou menos felizes. Isto que o nosso corpo faz é brutal!”, rematou.
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