O caso de Ruben Aguiar, que atropelou um homem em abril de 2023 e foi condenado a 5 anos e meio de prisão, continua a dar que falar.
Carlos Sales, vítima de atropelamento, deu uma entrevista para o programa “Dois às 10” desta sexta-feira, 26 de abril: “Eu recordo-me é que eu ia atravessar a estrada na área de serviço e vi um carro vir do lado direito, coisa que é impossível porque é proibido. Eu conheço a área de serviço, já frequento há algum tempo a área de serviço e sei que é proibido. E chamei a atenção do senhor e o senhor nem teve com meias medidas de perguntar se estava bem, se estava mal, a ver se não estava. Simplesmente perguntou-me quem eu continuei a dizer: ‘a saída é pelo outro lado’. E esta foi a conversa que a gente teve, a discussão que a gente teve quando ele saiu do carro. Quando ele voltou a entrar dentro do carro, eu virei costas e fui-me embora, pensando que estava tudo sanado”, começou por dizer.
“De um momento para o outro, dou por mim no chão. E pessoas a segurar-me a dizer para eu não me levantar, que eu estava todo partido. (…) Só o estava a chamar a atenção, não o estava a agredir, não o estava a fazer nada. Eu não me recordo totalmente dos factos, mas olhando para o vídeo, vê-se perfeitamente que o carro vira as rodas para o lado direito, que é onde eu estou. Quando vira as rodas e avança, a carrinha levanta um bocadinho à frente, que é quando ele passa com a roda da frente por mim, e depois com a roda atrás também. Há quem diga que ele passou duas vezes. Não. Ele passou com as rodas à frente e com as rodas atrás. No vídeo vê-se bem isso. Não sou eu que estou a inventar, não sou eu que estou a dizer. É o vídeo. Eu simplesmente disse que alguém passou com o carro por cima de mim”, acrescentou.
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“Não sentiu arrependimento dele em tribunal?”, questionou o repórter Bruno Caetano. “Não senti. Não senti arrependimento. Tanto que não senti arrependimento que as várias entrevistas que ele deu, no tribunal praticamente foi a mesma conversa. Que só passou por cima de um pé. E que não deu conta. Ele passou por cima do pé, da perna, das costelas, partiu-me o maxilar. Eu estou cheio de placas no corpo quase todo. E o senhor Ruben diz que só passou por cima do pé. E acho que a juíza fez aquilo que devia fazer dentro da lei. Fez o que devia ter feito. Acho que a pena é ajustada”, respondeu.
Carlos Sales fez três operações: “A primeira foi às costelas, em qual uma delas estava a querer furar o pulmão. Tanto que eu estive mais de 15 dias nos cuidados intensivos. Depois é que fui para a enfermaria à espera das outras duas operações, tanto ao maxilar que tenho seis placas, como à perna, à tíbia”.
“Em tribunal ele virou-se para trás e ‘quero pedir desculpa publicamente ao Sr. Sales’. Mas foi em tribunal. E nada mais. Não fez mais nada. E até a juíza diz que não foi um pedido de desculpas sincero”, revelou. Vê aqui o vídeo.
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