A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) conclui o ano de 2024 com a instauração de processos criminais contra 17 influenciadores digitais e figuras públicas.
A acusação prende-se com a promoção recorrente de plataformas de jogo online ilegais em Portugal, através das redes sociais. Simultaneamente, a APAJO denunciou cinco operadores que atuam de forma irregular no mercado nacional.
Estes indivíduos, com grande influência nas redes sociais, utilizaram repetidamente os seus perfis – com centenas de milhares de seguidores – para divulgar, através de vídeos e links de afiliados, plataformas de jogo online não autorizadas a operar em território português, bem como páginas que as promovem.
Francisco Monteiro, o cunhado de Cristina Ferreira, é um dos visados nesta queixa, mas ainda podemos contar com nomes como Catarina Miranda, Fanny Rodrigues, Sofia Sousa, Bernardina Brito, Jéssica Antunes, Rui Pedro Figueiredo, Isabel Cardinali ou Rúben Silvestre.
No programa “Noite das Estrelas” desta quinta-feira, 19 de dezembro, Rui Pedro Figueiredo entrou em direto na CMTV para falar sobre o caso: “É uma situação complexa, o setor dos jogos e das casas de apostas é bastante complexo e confesso que, de certa forma, não fui apanhado de surpresa, porque já foi falado recentemente esta questão e deixa-me, de certa forma, um pouco preocupado, nomeadamente, no que à ética me diz respeito – eu posso falar por mim e também posso falar pela Jéssica, não posso falar pelos demais, mas não tenho por ética fazer parte do que quer que seja ilegal ou que possa tentar enganar, de alguma forma, seja quem quer for, seja o Estado, sejam os nossos seguidores, sejam os portugueses que nos acompanham“.
“Basicamente, isto é um setor complexo. Percebo que a APAJO é uma associação que detém ou faz parte da mesma outras casas de apostas que estão legalizadas em Portugal. Eu vou sintetizar de uma forma muito curta: eu fui abordado, tal e qual como os outros influencers mencionados com o intuito de fazer publicidade. Aquilo que o meu foco deu prioridade foi na parte técnica da mesma, portanto, não me compete a mim, não sou legislador, não percebo muito porque também não me debrucei sobre a questão da parte legal. A partir do momento em que sou abordado por uma casa, que tem um site, (…) facultaram-me uma licença europeia de jogos, portanto, de certa forma, aquilo para mim foi o suficiente para tornar credível a proposta que me foi apresentada. (…) Portanto, a mim cabia-me apenas e só fazer a publicidade solicitada, de acordo com os moldes da dita parceria“, acrescentou.
“Naturalmente que isto me surpreende e me deixa preocupado e indignado porque, para além de não fazer parte da minha postura e da minha ética diária, sou uma pessoa cumpridora, primo mesmo por cumprir, pago impostos, tenho colaboradores, tenho empresas e a imagem para mim é tudo. E naturalmente não quero estar associado a esta notícia como sendo uma pessoa criminosa, caluniosa ou que tenta ludibriar alguém no sentido de prejudicar“, garantiu o ex-concorrente do “Big Brother”, que entregou o caso ao advogado e suspendeu a parceria publicitária.