
Foi à festa de anos do pai por “chantagem emocional, “que se mata se a pessoa não for”. Mãe e irmã de Inês “possíveis vítimas”. Pressão dos “ascendentes do pai”, “inferno”, “ambiente pesado”.
Caiu que nem uma bomba na “Noite das Estrelas”, de 29 de Maio, em direto na CMTV, a notícia de que a filha mais nova do ator Manuel Marques, Inês Martins Marques, de 18 anos, teria estado durante várias horas numa esquadra a denunciar o próprio pai por violência doméstica, física e psicológica.
Cerca de cinco horas antes da divulgação da notícia, a apresentadora Maya contatou o humorista e este não terá querido tecer quaisquer declarações. Mais tarde, a estrela de “Festa é Festa” da TVI, disse que soubera de tudo pela televisão.
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Manuel Pedro Correia de Oliveira Marques fez 50 anos a 9 de maio e, nesse dia, fez uma grande festa de aniversário que contou com a presença das filhas, Inês e Elisa, a mais nova. O que causou estranheza, uma vez que a 21 de Maio, doze dias depois, foi com a mãe, Ana Martins, prestar declarações contra o pai à polícia do Estoril.
Um mês depois das primeiras denúncias, na tarde desta quinta-feira, 19 de Junho, Inês voltou a ser ouvida pelas autoridades. O Dioguinho teve acesso em exclusivo a “documentos” que explicam tudo o que estará em causa e como se vai processar tudo daqui em diante. Fonte interna desta “guerra familiar”, próxima de Pedro Nogueira Simões, o advogado de Inês Marques e da mãe, que é também responsável pela defesa de José Castelo Branco, foi contatado mas não quis “por agora” tecer quaisquer declarações públicas sobre o relatório que aqui apresentamos hoje, em exclusivo.
“Face aos fatos narrados e à gravidade dos mesmos, a polícia vai tomar medidas para protegê-la (Inês), e se houver alguma coisa, estar 24 sobre 24 horas disponível para apoiar as vítimas”. Como tal, “ela foi lá ontem ser ouvida em termos de narrar melhor os factos, levou novos factos, levou novas datas porque, quer dizer, só o faz agora, mas qualquer vítima de violência doméstica não faz logo a queixa porque há o medo. Estava em defesa, agora tem 18 anos, já consegue afirmar-se. Mas voltando aos factos, conseguiu até em momentos festivos (aniversário de Manuel Marques, a 9 de Maio), limitar tudo muito bem, disfarçar o que é que sofreu ao longo deste tempo todo”.
Assim, na tarde de ontem, “também conseguiram ainda outros tipos de factos, áudios, etc., para juntar. Foi com a mãe, naturalmente que, ao ir com a mãe, há aqui um acréscimo de que também a mãe pode vir a ser considerada uma vítima, tal como a irmã mais nova”: “Era para ir para a próxima semana, mas houve uma abertura já ontem…”
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A mesma fonte revelou ao Dioguinho que “neste ponto aqui ainda não há o afastamento, não há aqui ainda decretadas medidas pelo tribunal. A procuradora é que, para salvaguardar a proximidade, e sendo pai, tendo pai, tem tendência a manipular, até pegar mais pessoas da família, a fazer pressão sobre a miúda. A procuradora diz para aquele posto da PSP, a esquadra do Campo Grande, em Lisboa, estar a postos e pede para que as supostas vítimas estarem em linha com os agentes daquela região da sua residência, de forma que, existe já aqui, é tipo uma medida, naturalmente, não deixa de ser uma medida, mas é uma proteção, essencialmente, face ao teor e à gravidade dos fatos”.
“Se formos a ver, e isso sim é ciência psicológica, a questão é isso que é, a pessoa vítima de violência doméstica tem medo”. Em relação ao facto de ter esperado pelos 18 anos, “havia pânico de sequer pensar que vai denunciar o outro. Vive num clima de terror, ou seja, é já quando já está muito exausta e muito frágil, mas com alguém que ainda apoie, que tenha aqui alguma autonomia. Porque antes teria que ser a mãe, depois vai o pai, enfim, nem tinha capacidade se calhar para dizer tanto como diz agora. Mas é neste momento, é que vai dizer porque foi agora que conseguiu. E o benefício não é nenhum, ou seja, vamos lá ver. Qual é o benefício de dizer agora e não dizer antes? Nada. Ela nem está com intenções de requerer nada. Não quer é que a situação se mantenha”.

A partir daqui, “é esperar que o Ministério Público faça ou não a acusação. Se arquivar, fica sem efeito. Se não arquivar, há aqui uma acusação e é aí que a defesa do Manuel procurará reunir provas para dizer que nada disso é verdade. Mas até ao momento, enfim, pouco podem fazer. Porque, também vão dizer o quê? Nesse sentido, “o que as alegadas vítimas esperam é que haja uma acusação do Ministério Público”.
Acerca da pressão que Inês tem sentido por parte da família, dizem-nos que “não é a tia (a apresentadora da SIC, Ana Marques), mas são os ascendentes do pai, sim. Mas fica algo muito mal, é o ligar. Ou fazer algum tipo de… ter algum tipo de comportamento, porque é visto como a continuação daquilo que normalmente os agressores conjugais e violências domésticas fazem, que é procurar as vidas. Seria depois avaliado, seria desfavorável”.
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Acerca da presença de Inês e Elisa na festa de anos do pai, os “agressores manipulam, fazem tanta pressão que as pessoas… Dizem que se matam se a pessoa não aparecer, dizem que a família tem que ter uma boa imagem, para ela não queimar a imagem da família e tal. É nesse sentido, é um clima de ter que corresponder”.
Ou seja, “o ir à festa… Estas pessoas são vítimas de manipulação, de alienação, e têm medo de sequer dizer que não. Ou seja, há um medo tremendo, constante, a pessoa não quer, ao fim e ao cabo, negar à outra a sua intenção, não quer, enfim. Possivelmente, por isso é que ela também foi à festa. E isso acontece também porque estes indivíduos gostam de passar uma imagem boa para fora, mas depois dentro de casa, aquilo às vezes é um inferno mesmo. Quando os factos vierem a público… Era um ambiente mesmo pesado”.