Kina ou Joaquina Batista Branco, abre o coração na Curva da Vida do Big Brother
Kina foi uma estrela durante algumas décadas... e viajou pelo mundo.

Joaquina Batista Branco, mais conhecida por Kina, é concorrente do Big Brother Verão e hoje tivemos a sua curva da vida.
Ela que foi uma criadora de moda famosíssima ali em finais dos anos 80, da década de 90 e depois, puff, desapareceu por vontade própria e passou décadas a viajar pelo mundo.
“Nasci a 10 do 11 de 1962. Fui registada três dias mais tarde, precisamente porque nasci com os pés partidos.” Assim começa a sua história. A entrada no mundo não foi fácil: a mãe desmaiou durante o parto, em casa, depois de lhe partir os pés ao levantar o alguidar da massa do pão. Foi a avó que “lhe pôs os pezinhos todos no lugar” e a proibiu de ser operada.
Os primeiros anos foram de sofrimento silencioso. “Eu via todas as crianças a gatinharem, a andarem, e eu estava sempre ao colo ou no chão.” E depois veio o surto de sarampo negro na aldeia. “Todas as crianças que eu conheci morreram.” Kina sobreviveu, mas passou por uma paragem cardíaca e foi dada como morta durante 40 minutos.
“Sonhei com um senhor de braços abertos e um arco-íris atrás dele… Todas as crianças mortas brincavam no arco-íris. Eu queria ficar. Mas uma voz disse: não, tu vais voltar.” A vida devolveu-lhe outra provação quando, aos quatro anos, levou um tiro acidental na cabeça enquanto brincava com o irmão. E mais uma vez, sobreviveu. “Porquê que eu tive que viver? Não sei. Qual era o propósito?”
A resposta talvez tenha começado a desenhar-se quando veio para Lisboa com a mãe, que se tornou uma das melhores costureiras de Carnaxide. Aos 14 anos, Kina conheceu o seu primeiro grande amor. Casaram-se, tiveram um filho. “Não tem homem nesse mundo que me ame como ele me amou.” Mas o amor não chegou para calar o ciúme. “Embora eu gostasse muito dele, eu gostava mais de mim.”
A decisão de sair dessa relação custou-lhe muito. Kina caiu, mas ergueu-se por conta própria: “Fui pai e mãe. Tinha dois, três trabalhos. Tudo o que eu conquistei foi meu.” Aos 21, abriu a sua primeira loja. Criou um ginásio, teve mais um filho, Mikael. Até aos 35 anos, sentia-se realizada – como mãe, mulher e empresária. Mas, no amor, continuava refém. “O primeiro marido não tinha poder económico para me prender. O segundo tinha. Descobri, aos 35, que ele me vigiou a vida toda.” Saiu.
Fechou a porta a casamentos. E recomeçou. Em Madrid encontrou paz, amor, viveu sete anos com alguém que a fez feliz – mas não o suficiente.
“Sou inquieta e exigente.” A pandemia trouxe um novo capítulo. Regressou a Portugal para cuidar do seu primeiro amor. “Ele faleceu nos meus braços.” A dor do luto foi imensa. O confinamento apertou. Mas o destino tinha mais para lhe dar: uma amiga sugeriu o TikTok. Kina entrou no digital e renasceu mais uma vez. “Tive logo uma invasão.” Conheceu Rafael, o amor que hoje partilha com ela a experiência no Big Brother. “Foi um amor virtual que passou para o real. Está comigo aí.” A curva da vida de Kina é uma ode à resiliência. Carregada de dores antigas, marcada por cicatrizes, mas sempre virada para a frente. “Se amanhã me aparecer outro desafio, eu estarei sempre aí.” E termina com uma palavra que se repete como um eco suave e forte: Gratidão.
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