Teresa Guilherme fala sem filtros sobre Manuel Santana Lopes: ‘Não se pode passar paninhos quentes’
“É tremendo descobrir que é precisamente quem está mais próximo que nos engana”, disse a apresentadora.

Um escândalo abalou recentemente o universo das celebridades em Portugal. A agência Notable, responsável pela gestão de figuras públicas de grande destaque, como Cristina Ferreira, está no centro da polémica.
Segundo uma auditoria interna, Manuel Santana Lopes, que até março deste ano exercia funções como chefe de operações da empresa, terá desviado mais de 250 mil euros de artistas representados pela agência. O caso levou ao seu afastamento imediato e continua a gerar repercussões no meio mediático. No canal NOW, o assunto foi debatido, e temos aqui um parecer jurídico.
No mesmo painel, tivemos a apresentadora Teresa Guilherme comentou de forma dura o caso de Manuel Santana Lopes, e diz mesmo que isto são situações que não podem ser abafadas, “Eu acho que, na minha opinião, o motivo porque não apresentou queixa, é porque também é bom para uma agência ter um empregado que, na verdade, lesa os seus agenciados. Portanto, há ali, apesar de serem todos amigos, uma contradição que não pode ser esquecida”, começou por dizer.
Segundo Teresa Guilherme, caso contrário tudo poderia ter ficado “resolvido dentro da agência, sem que ninguém soubesse”. Mas não foi isso que aconteceu. “Ele é despedido, a nota paga, põe-se a pagar imediatamente aos dois lesados, curiosamente da família Patrocínio, e rapidamente isto se resolve. Um afastado, quem tinha ficado com o dinheiro. O que ficou de suspeito era se este Manuel iria ou não devolver o dinheiro. Como de facto devolveu, parece que está tudo sanado.”
Ainda assim, para a rainha dos reality shows, o assunto não deve ser encarado como encerrado, e colocado para trás das costas, “Para mim, sanado do ponto de vista jurídico até pode estar, mas não fica do ponto de vista moral. Não se pode passar paninhos quentes nesta situação, porque ele de facto roubou. Se é essa a palavra, não sei, mas foi isso que aconteceu.”
Teresa Guilherme, sem tirar o pé do acelerador na sua opinião, dá ênfase à gravidade do episódio e na proximidade das relações em causa, “Estamos a falar de amigos, de gente que se conhecia bem. O Titónio, por exemplo, tinha-o como padrinho de casamento. O grau de intimidade era enorme. E isso é tremendo, descobrir que é precisamente quem está mais próximo que nos engana.”
Dá ainda conta que devido à relação de proximidade, é ainda mais fácil as coisas acontecerem, “Quando mais próximas são as pessoas, mais fácil é fazer isto. Mesmo quando estamos a ver, não queremos acreditar. Acho que este Manuel deve servir como exemplo daquilo que, infelizmente, acontece a quase todos na vida: ser desiludido, traído por amigos, e alguns até serem enganados no seu dinheiro.”
Dá ainda conta como habitualmente este e outros assuntos são rapidamente “sanados” na opinião pública. “As pessoas têm fraca memória. O que fica é que houve uma espécie de conto de fadas: os amigos não se queixaram, os patrões deram o dinheiro, a família rica ajudou, ele devolveu o dinheiro, refugiou-se numa casinha, e pronto, ficaram todos em paz, casaram-se e foram felizes para sempre. Isso indigna-me, porque passa um péssimo exemplo.”
A rematar, deixa uma nota, “Acho que tudo o que acontece com figuras públicas deve servir de exemplo. Foi corajoso da Carolina Patrocínio vir falar publicamente, mas não podemos agora fingir que está tudo bem só porque no fim o dinheiro foi devolvido. Temos de ser juízes de valor e ser duros com este tipo de atitudes. É importante.”