André Ventura exige demissão imediata de Maria Lúcia Amaral: ‘Ministra não tem mais condições. Isto é indigno’
Ministra da Administração interna, Maria Lúcia Amaral é arrogante. Chega diz que arrogância ultrapassou o limite. ‘Se não querem governar, deixem outros governar’, atira André Ventura.

André Ventura, o responsável máximo do Partido Chega, reagiu no Canal NOW a tudo o que tem acontecido nos incêndios.
Pede mesmo a demissão da Ministra da Administração interna, Maria Lúcia Amaral: “A reação, primeiramente, é de mostrar aos bombeiros e, especificamente, às famílias dos afetados um grande abraço de solidariedade, daquele sentido de responsabilidade e também de alto responsabilidade político que devemos ter. Porque é, sobretudo, responsabilidade nossa. E agora estão a envolver a mim também e ao Chega, na situação dramática que o país está a viver e da inércia e da negligência com que estamos a deixar estes profissionais e a população.”
O discurso subiu de tom, e para Ventura, a paciência chegou ao fim e mandou um murro na mesa: “Nós atingimos, hoje, um limite. E o limite é este: quando vamos para a questão de tragédia de crise nacional, como está a acontecer, é quando os governos são postos à prova. Os governos devem poder governar, mas não devem ter carta-branca para fazer o que querem — sobretudo quando dão tiros nos pés. Isso até podia ser só problema deles, mas quando esses tiros representam uma negligência brutal com a vida, com o trabalho e com as propriedades das pessoas, já não é admissível.”
O líder do Chega considerou “inaceitável” a postura da Ministra da Administração Interna durante um briefing [ ao final da tarde de hoje] em plena crise: “O país parou para assistir a uma Ministra da Administração Interna que se recusa a responder a perguntas, no meio de uma crise destas. Perguntas sobre meios, sobre operacionalidade, sobre a situação real das populações. E no fim ouvimos: ‘vamos embora, vamos embora’. Isto é indigno. Essa Senhora Ministra não tem condições para continuar a liderar o combate aos fogos neste momento. Não é para daqui a uma semana ou duas. É agora.”
André Ventura ainda acusou (diversas vezes), a Ministra de “arrogância” e de um grande “desligamento” face ao sofrimento das populações e aos bombeiros que andam no teatro de operações, “É evidente que ela não pode resolver em dois dias os problemas dos bombeiros, que ganham três euros por hora, ou a falta de meios aéreos. Mas pode, e deve, estar ao lado das pessoas, coordenar, assumir responsabilidades. O que vimos hoje foi precisamente o contrário. E isso, no meio de uma tragédia, é inaceitável.”
O deputado do segundo maior partido da oposição, recordou ainda a falha na ativação atempada do apoio europeu, que deixou Portugal sem aviões de combate aos fogos disponíveis até segunda-feira: “Não pedimos ajuda europeia a tempo. Os aviões agora não estão disponíveis. Temos bombeiros tratados miseravelmente, populações abandonadas a combater o fogo sozinhas… e uma Ministra que acha que pode dar briefings de três minutos, como se isto fosse um talk show. Como se o país tivesse de ‘comer e calar’. Pois não tem.”
Para o líder do Chega, o Governo “atingiu o limite da irresponsabilidade” e já não tem desculpa: “O que aconteceu hoje é um abre-olhos. O Governo deixou de assumir responsabilidade. Não podemos deixar o país sozinho a enfrentar este drama. Sim, a Ministra deve ser demitida. Não apenas por incompetência, mas por arrogância perante quem luta no terreno para defender Portugal.”
Ainda assim, o deputado também apontou responsabilidades locais, lembrando que muitos autarcas falharam na limpeza dos terrenos: “Essa é uma questão transversal e que obriga. Mas não exime o Governo, que tem o poder de decisão nacional. Não precisamos de mais reuniões, de mais comissões, de mais somas para a proteção civil. Precisamos de decisão. E quem tem de decidir é o Governo, junto com os operacionais. Porque as pessoas sentem-se sozinhas.”
O líder do Chega deixou um recado: “Se não querem governar, deixem outros governar. O que não podem é não governar e, ainda por cima, agir com arrogância perante quem questiona. Já foram incompetentes no início — tentem pelo menos ser competentes agora.”