ESPECIAL! 25 anos depois, os segredos da psicóloga do Big Brother 1: “De 80 finalistas ficaram 12. Eram uma montra, não tinham noção…”
Audiências de 70%, fama instantânea, drama e escândalos. 25 anos depois, revisitamos a estreia do programa que virou o país do avesso.

Tudo começou numa noite de domingo, no exterior da Casa da Venda do Pinheiro, e tinha o título de “O Grande Irmão”. O Big Brother para os Portugueses.
A 3 de Setembro, daqui a exatamente duas semanas, passam 25 anos da estreia do primeiro Big Brother, apresentado por Teresa Guilherme e Pedro Miguel Ramos.
Foi o arranque do programa que mudou a televisão portuguesa e chegou a alcançar shares de audiências de 70%, números impensáveis nos dias de hoje.
Entre as equipas de produção da TVI e Endemol, dirigidas por José Eduardo Moniz e Piet Hein Bakker, agora diretor da fábrica de novelas, a Plural, destacava-se a conceituada psicóloga Isabel Leal.
Desde o início da história dos reality shows em Portugal, importado da Holanda, a profissional comportamental chegou a revelar como tudo se processou. Foi avaliado um grupo de 80 pessoas, de onde saíram os doze que entraram na casa da Venda do Pinheiro.

“Não havia entre eles ninguém excessivamente exótico. Eram todos pessoas perfeitamente conscientes do que era o concurso e, na sua maioria, melhor informadas do que eu sobre ele“, esclarece a psicóloga, acerca do tipo de pessoas que participam nestes formatos. Gente “com um bom nível de auto-estima, que se acham engraçadas e divertidas e que vêem tudo isto como uma oportunidade. Estudantes, pessoas do mundo da moda, com interesses artísticos, ligados à comunicação social, uma forma de mostrarem o que valem“.
“Vêem isto como uma troca. Participam num espectáculo em que escrevem o seu próprio guião e pode ser que alguém repare neles”, explicou Isabel Leal em 2007, numa entrevista onde abriu a porta secreta de “O Grande Irmão”, o cognome inicial do “Big Brother do Zé Maria das Galinhas”.
Em todas as edições, e a psicóloga pioneira dos reality shows também acompanhou os participantes das Casas dos Segredos, quem se aventura nestes desafios são pessoas que “não se sentem intimidadas pela devassa e o ‘voyeurismo’, nem sequer pelas regras severas do concurso”.

“A nudez hoje já não é tão intimidatória. As pessoas fazem ‘top-less’ na praia, a televisão não esconde o nu. O raciocínio destas pessoas é mais do género ‘se eles querem espiar que o façam, a culpa é deles. E isto não é uma coisa extraordinariamente difícil, em que as pessoas sentem que podem perder o controle. Elas sabem que, a qualquer momento, podem sair e vir embora. Isso é uma segurança”, desvendou.
Enquanto estão vigiados o dia todo no TVI Reality, e depois quando são expulsos, a equipa de psicólogos acompanha os concorrentes “naquilo que for necessário”, porque uma rejeição é sempre uma rejeição. No BB1, não sabiam que eram “peões de um jogo complexo”, disse à Domingo.
Zé Maria saiu do anonimato de Barrancos e do trabalho na construção civil para a casa mais famosa do País e, como um herói nacional, regressou à vida civil e abriu um restaurante.

A popularidade, o peso da fama e as exigências de ser “o Zé Maria” trouxeram as suas fragilidades à tona. A Brigada de Trânsito salvou-o o caminho do suicídio, na Ponte 25 de Abril, em Agosto de 2004. Mas ninguém conseguiu evitar que fosse passear nu por Lisboa, dias depois, segurando dois gatos siameses.
Teresa Guilherme, que será a eterna rainha dos reality shows, avisou na estreia de 3 de Setembro de 2000: “Todos falam de exposição física quando é a exposição psicológica que vai gerar maior polémica e que promete afectar mais profundamente a vida dos concorrentes”. E assim é, também no Big Brother Verão que chega ao fim no próximo 12/09, uma sexta-feira, em direto de Oeiras, ao vivo e a cores, dois dias antes da estreia de Cristina Ferreira no Secret Story 9. E, desta vez, o mais votado vai entrar em 2026 com 250 mil euros!
Em Outubro de 2012, depois de ouvirem a conversa da ex-concorrente da Casa dos Segredos 3, Ana Gonçalves, acerca dos conselhos da psicóloga para que os concorrentes se afastassem de Wilson Teixeira, um dos membros do grupo de fãs do Wilson fez uma queixa na Ordem dos Psicólogos.
Em Março de 2013, ficou surpreendido ao receber uma resposta, que informava da instauração de um processo à psicóloga Isabel Leal, para averiguações. Uma notícia que, na altura, foi avançada em primeira mão pelo DIOGUINHO.

Hoje em dia, e em particular nesta altura do campeonato do BB Verão, a 23 dias da grande final com Maria Botelho Moniz, o que não faltam na casa com piscina da Malveira são acusações, insultos, impropérios, situações que têm dado à TVI bons números na tabela de audiências. Um jogo psicológico que também acontece cá fora, às vezes até mais do que “lá dentro”, com as teams/claques em guerra nas redes sociais, nos vários programas da TVI e, até, nos intervalos das galas de domingo.