Uma especialista em neurociências defendeu esta quarta-feira que “o cérebro tem sexo” e registam-se reações diferentes dos homens e das mulheres em vários distúrbios neuropsicológicos, perante o “stress” ou os medicamentos.
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Christina Dalla, da Medical School da Universidade de Atenas, que participa numa conferência sobre o cérebro, em Lisboa, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, disse que as doenças neuropsicológicas são mais comuns nas mulheres, e o autismo mais frequente entre os homens.
“O cérebro tem diferentes géneros e comportamentos diferentes”, defendeu.
Entre os exemplos apontados por Christina Dalla estão as diferenças nos sintomas da depressão relacionada com o “stress” ou a ansiedade, perturbação que, aliás, é mais comum entre as mulheres.
Em situações de “stress”, “as sinapses [ligações entre neurónios] aumentam nos homens e diminuem nas mulheres”, explicou.
A reação também não é a mesma no que respeita ao resultado da utilização de medicamentos, área que a investigadora considera relevante, até porque a maior parte das experiências eram realizadas em homens, e somente em 1993 a lei passou a referir a necessidade da participação de mulheres nos ensaios clínicos.
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Para responder à pergunta “o teu cérebro tem género?”, também a investigadora Melissa Hines, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, deixou em Lisboa a sua opinião que vai no mesmo sentido: “os comportamentos mostram diferenças”.
Com base em várias experiências realizadas ao longo dos últimos anos, a cientista concluiu que as hormonas desempenham um papel nesta diferença, tal como a socialização e a influência cultural, e não pode ser esquecida a variabilidade individual.
“Os homens e mulheres comportam-se de modo diferente porque algo de diferente se passa no seu cérebro”, realçou Melissa Hines, referindo igualmente que “o cérebro muda em resposta à experiência e à aprendizagem”.