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Ainda tinha dúvidas de que a televisão portuguesa poderia bater mais no fundo? Bateu mesmo. O dia 8 de março de 2015 ficará para sempre relembrado como aquele em que quase dois milhões de portugueses – dos 8 aos 80 – assistiram, no horário nobre de domingo, a uma cena de agressão em direto entre duas caras conhecidas – por razões diferentes – da sociedade portuguesa.
Culpa da produção, da TVI e de todos aqueles que continuam a tentar desenterrar em pleno programa de televisão ódios antigos, enraizados e que vêem no “lavar de roupa suja” a única forma de fazer televisão. Nada mais errado.
O formato “Secret Story”, como já ficou mais do que provado cá e lá fora, apaixona os espectadores, envolve-os, diverte-os e tem tudo para resultar numa base anual – ou não liderasse 99% dos domingos há 5 anos.
Mas tudo o que é demais enjoa e os portugueses enjoaram de 5 meses seguidos da mesma casa, a mesma voz (de longe o melhor do formato), as mesmas intrigas, os mesmos trocadilhos, a mesma Teresa Guilherme, as mesmas manipulações e manobras em torno de nomeações e expulsões.
O José Castelo Branco – fenómeno único no panorama mediático português, goste-se ou não – foi a solução de recurso encontrada pela TVI para salvar o programa. Aceitou entrar, certamente (e naturalmente) pago a peso de ouro e salvou as audiências e o conteúdo. A dinâmica da casa girou em torno do Zé durante os 10 dias em que ele esteve lá dentro, entre momentos engraçados e algumas discussões desagradáveis.
Não contente, a TVI decidiu utilizá-lo – a ele e aos seus podres – como matéria para fazer mais programa. E se a ida do Flávio Furtado ao Diário da Tarde foi decadente, o que se passou hoje ultrapassou todos os limites. Só faltou meterem lá os parceiros das orgias para fazerem o relato daquela e de outras experiências.
O José saiu, atacou a visivelmente desgastada e cansada Teresa Guilherme (precisa de 2 meses de férias no Brasil) e acabou por sair bem de um programa em que até entrou muito mal. A Teresa é a melhor em Portugal (de longe) a fazer realitys. Mas não vale tudo. Esperemos que esta noite tenha servido de lição.
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