Geral

A diva de “A Desfolhada”! Simone de Oliveira abre o coração: “Recusei fortuna no estrangeiro para cantar por Portugal”

Aos 87 anos, Simone recorda como a política se intrometeu no Festival da Eurovisão e como a sua voz se tornou símbolo de resistência.

Simone de Oliveira, 87 anos. Cantora, atriz, uma estrela que lutou contra a perda da voz e à injustiça do Festival da Canção com a mítica desfolhada.

Numa entrevista à RTP, confessou, “Naquela altura era. Ir ao festival era uma glória, era uma coisa extraordinária”, e representar Portugal sempre lhe deu orgulho, “Sempre. Uma tal história que é a bandeira, o hino, a pátria, e pronto, a gente lembra-se da moraria do pai, da mãe, da avó, dos meninos, dos pássaros, sobretudo do Tejo, sobretudo do mar. Ofereceram-me 70 contos por semana para ficar no Canadá, para cantar.”

“Era muito dinheiro quando eu lá estava. Era uma fortuna? Não. Esteve cá o Xavier Cugat, e eu cantei o Tonight, vamos embora para a minha orquestra para a Inglaterra. Não é pensar, vou agora. Arranjava-me casa para o colégio para os miúdos. Não. Não quero”, contou ainda.

Simone de Oliveira
Simone de Oliveira

Contou muitas vezes os tostões por ter tomado esta decisão, “Porque o país também, por vezes, Foi um bocadinho difícil, porque eu costumo dizer que foi um bocadinho difícil. Quando fui representar Portugal para cantar a Desfolhada, eu ganhei três contos. O meu pai só acreditou quando eu mostrei que era possível.

Defender a desfolhada na Eurovisão, “Lembro-me muito bem. Eu cantei com muita égora, mas sabia perfeitamente que não podia ser nada (vencer). Haveria sempre um problema político entre o Franco e o Salazar. Lembro-me de ter chegado ao hotel e de estar o hotel todo iluminado, que não era normal, às três da manhã, com o José Carzari e com o seu copo. Ele, senhor ministro, o senhor ministro, estava aí bem a ibahia chibarra, lá dentro, sentado, tirou o chapéu e disse, não venho como ministro, venho como espanhol, para dizer-lhe desculpa do que se fez hoje no seu país.”

A chegada a Portugal algo “Isso ultrapassa-me completamente, até hoje estou para perceber (…) As pessoas estavam na linha do comboio. Na linha? Claro, o comboio não andava se não matava as pessoas. Quando chegou a Santa Apolónia, realmente fizeram uma coisa muito bonita. A Maria Leonor, o José Fialho, o Veia deram as mãos e o meu pai estava no meio.”

A diva de “A Desfolhada” Simone de Oliveira abre o coração: “Recusei fortuna no estrangeiro para cantar por Portugal”
A diva de “A Desfolhada” Simone de Oliveira abre o coração: “Recusei fortuna no estrangeiro para cantar por Portugal”
Publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Botão Voltar ao Topo