A noite em que a magia de Messi encontrou o caos em Angola
Multidão tenta forçar entrada no estádio e 70 adeptos acabam feridos durante o jogo Angola Argentina.
O que parecia destinado a ser uma celebração vibrante acabou marcado por tensão e susto para centenas de adeptos em Luanda.
O Instituto de Emergências Médicas de Angola confirmou este sábado que 70 pessoas ficaram feridas durante o jogo entre a seleção angolana e a Argentina, realizado na sexta-feira no Estádio 11 de Novembro, integrado nas comemorações dos 50 anos da independência do país.
De acordo com a imprensa portuguesa, muitos adeptos tentaram forçar a entrada no recinto, que tem capacidade para cerca de 50 mil lugares. A Federação Angolana de Futebol disponibilizou 48 mil bilhetes, deixando uma multidão do lado de fora, ansiosa por ver ao vivo a magia de Lionel Messi. Como contou um adepto, “toda a gente queria ver o Messi, era uma oportunidade única”, mas o entusiasmo depressa se transformou em desordem.
As autoridades explicaram que 23 pessoas sofreram fraturas, provocadas por quedas ou pisões, e que outras 47 sentiram-se mal devido ao calor e à superlotação. Apesar do cenário caótico, o instituto adiantou que “não houve detenções”.
Fora do estádio, existiram vários problemas. Centenas de adeptos envolveram se em confrontos com a polícia antes e durante o encontro, revoltados por não conseguirem entrar. Além da falta de bilhete, muitos foram impedidos de aceder ao recinto por usarem chinelos, bonés ou outros itens proibidos. Um torcedor lamentou, “não fomos avisados de nada, chegámos e mandaram nos embora”, o que alimentou ainda mais a frustração.
Dentro de campo, o ambiente era outro. No último particular do ano, a Argentina fechou a temporada de 2025 com uma vitória por 2 a 0. Messi brilhou, assistindo Lautaro Martínez no primeiro golo e assinando o segundo. Após o jogo, o capitão argentino comentou, “foi especial jogar aqui, sentimos muito carinho das pessoas”, um contraste evidente com o tumulto vivido no exterior.
O dia tinha tudo para ser uma festa completa, mas terminou dividido entre o encanto de Messi e o caos fora das bancadas, deixando Angola com imagens de celebração e preocupação lado a lado.