Nuno Lopes foi acusado pela argumentista e realizadora norte-americana A.M. Lukas de a ter violado.
Alegadamente, o caso remonta ao ano de 2006, durante o Festival de Cinema de Tribecca, em Nova Iorque. A acusação só deu entrada no Tribunal Federal de Brooklyn, em novembro de 2023.
Em comunicado, Nuno Lopes garantiu ser “moralmente e eticamente incapaz de cometer os atos” e estar de “consciência absolutamente tranquila, mas ciente das consequências gravíssimas que este caso representa” (aqui).
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Posto isto, Nuno Lopes vai integrar o elenco da nova novela da TVI, “Huíla” (nome provisório), cujas gravações já arrancaram em Angola. Paula Cosme Pinto, ativista pela igualdade de género, deu a sua opinião sobre o assunto na revista Visão: “Que perigosa mensagem passa a TVI ao contratar um ator acusado de violação?”, é o título da crónica.
“(…) Um crime que bem sabemos como ainda é normalizado e menosprezado na nossa sociedade, que está mais disposta a defender a honra e as vidas dos potenciais agressores, do que a acreditar e a dar a mãos às vítimas. Esta contratação, a ser verdade, é exemplo claro disso”, escreveu.
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“(…) Alguém, desde a estação de televisão à produtora envolvida, perguntou às mulheres que vão trabalhar diretamente com um homem acusado de violação como é que se sentem com isso? E se sim, estas tiveram espaço real para poderem dizer que não se sentem confortáveis ou que têm medo? Se o fizessem, quem seria penalizado: ele ou elas? Alguém pensou que poderão estar a expor estas mulheres a uma situação de risco? Quem vale mais nesta equação?”, questionou Paula Cosme Pinto.
“(…) No fundo, trazer para a ribalta, como se nada fosse, alguém com um processo de violação sexual em curso é tomar um partido. Entre a potencial vítima e o potencial agressor, a TVI e a produtora responsável pela novela escolheram o agressor. Quer queiramos, quer não, a mensagem que passam subliminarmente a todas as mulheres que trabalham naquela equipa é esta: se algum dia forem vítimas, nós estaremos do lado do agressor. O sentimento de impunidade de quem viola vive disto. O desrespeito por todas as vítimas de agressões sexuais também. Não menosprezemos quão grave tudo isto é”, acrescentou. Pode ler tudo aqui.
No Instagram da revista Visão, são vários os comentários contra o artigo de opinião: “Este post é mau, mas tão mau! É um horror ao promover e incentivar a política de cancelamento”, “Que perigosa mensagem passa este artigo de opinião que ignora a presunção de inocência”, “Todos são inocentes até prova em contrário”.
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