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Velhos Tempos #1

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Duarte e Companhia foi uma daquelas séries que marcou toda uma geração, todos que cresceram na década de 80 sabem a música de cor e eram fãs do Citroen 2 Cavalos em que os actores se deslocavam no genérico do programa.

Rogério Ceitil foi o cérebro que idealizou a série, lançando as sementes nos últimos episódios de outra série criada por ele, a também mítica Zé Gato. Muitos dizem que foi por perceber as limitações e dificuldades de criar uma série policial “a sério” em Portugal, que Ceitil optou por ir pela parte cómica e apostar numa dupla de detectives desajeitada e uma série com humor muito non-sense.

Ele produziu, realizou e movimentava quer o elenco quer os directores da RTP para se fazerem sempre novas temporadas, o que foi sempre conseguindo com sucesso fazendo com que o programa estivesse no ar entre 1985 e 1989 num total de 5 temporadas e cerca de 39 episódios.

João Miguel Paulino criou grande parte da série com os seus textos, com as músicas da série a ficarem a cargo de nomes como Carlos Alberto Moniz, José Jorge Letria e José Luís Tinoco. A primeira temporada teve um genérico mais “sério” e sóbrio, com Duarte e o seu parceiro Tó a dispararem contra o ecrã numa pose verdadeiramente policial. Mais tarde optou-se por um genérico mais animado com uma música e letra que tinha muito mais a ver com o que víamos nos episódios, uma loucura saudável e muito divertida.

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Rui Mendes era Duarte o protagonista, um detective privado fanfarrão que adorava um belo rabo de saia e que não tinha lá muito jeito para a parte policial da coisa apesar de se achar o maior. Como parceiro tinha Tó, interpretado pelo saudoso António Assunção, uma personagem simpática que gostava de ler o seu jornal da Bola e tinha uma paciência de santo para as maluquices do seu chefe apesar de demonstrar ter muito mais bom senso (e até mesmo inteligência) que o seu superior.

Já Paula Mora foi uma das Sex Symbol mais vestidas da década, vestindo o papel da secretária Joaninha que não gostava muito de ser tocada e assediada por homens e que respondia sempre com umas valentes bofetadas. Aliás os elementos do sexo feminino eram conhecidos por serem capazes de “aviar” os do sexo masculino com umas grandes estaladas ou umas malas na cabeça como era o caso da mulher de Duarte ou a sua sogra.

O tom castiço da série ajudava ao seu sucesso, agora sabe-se que aquilo era tudo feito com muito boa vontade de várias pessoas. Os actores não recebiam quase nada, o guarda-roupa, cenários e casas eram emprestados por diversas pessoas que simpatizavam com aquilo, segundo uma entrevista de Rui Mendes “..O Ceitil tinha película para filmar, duas caixas de Agfa, duas de Kodak, uma de Fuji, e cada uma de sua cor, às tantas, aquilo… Era a película que se usava no telejornal, que não tinha negativo, era em diapositivo. Ia revelar e depois era colada com fita gomada.”

Apesar de todo o tom da série e dos tiros que se trocavam, não se via sangue nem mortes, Ceitil queria que a coisa ficasse sempre mais pelo tom leve e sem enveredar por esse tipo de violência.

Mas o que apaixonou tudo e todos foi o fantástico grupo de actores que deu vida aos “vilões” da série, um grupo de malfeitores com particularidades cómicas fora do comum, como um que não podia ver sangue, ou outro que não gostava que o chamassem de Chinês.

Guilherme Filipe era Lúcifer, um dos líderes de um dos grupos, enquanto no outro lado era o Átila de Luís Vicente que chefiava um bando de vilões desajeitados mas generosos a quererem sempre ajudar o seu estimado chefe a vencer a guerra.

António Rocha era o grande brutamontes chamado (convenientemente) de Rocha, com um visual entre o Chalana e o Bento e sempre com vontade de andar à porrada com o Chinês. Chinês esse que segundo Francisco Cheong era Japonês utilizando sempre a frase “Eu não sel Chinês, sel Japonês.”. Existia ainda também um que não podia ver sangue e outro que tinha tudo menos ar de vilão, incluindo o seu nome (Tino).

Um dos meus episódios favoritos era o da Cadeira do Poder porque lidava principalmente com estes 2 grupos de malfeitores e como cada um queria triunfar sobre o outro, existiam ideias para armadilhas mirabolantes que resultavam sempre em grandes gargalhadas.

No elenco tínhamos ainda nomes como Lídia Franco ou o grande Canto e Castro e passaram por lá convidados como Helena Isabel, Adelaide Ferreira, José Pedro Gomes ou Isabel Medina. Uma série com uma grande alma, um humor sem sentido e um argumento muito interessante, o que fizeram com que fosse um programa inesquecível para todos nós, como comprova as constantes repetições por parte da RTP nos seus diversos canais e até na edição em DVD das suas primeiras temporadas.

[highlight]Hugo Silva / Autor do blog http://aindasoudotempo.blogspot.pt/[/highlight]

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