A atriz Inês Vaz fez uma publicação no Instagram que está a dar que falar entre a classe artística.
“Um filme – já antigo, de 2011 – em que sou uma das personagens principais passou ontem na RTP2. Ao ser promovido nas redes e na página da RTP, omite-se por completo a minha participação no elenco, assumindo apenas os actores com “fama” (ou talvez mais seguidores), mesmo sejam papéis secundários ou participações especiais. Já não é a primeira vez que acontece”, começou por escrever.
“Um ator na actualidade não só tem as chances de integrar um projecto audiovisual mediada pelos “seguidores” ou grau de fama, como também vê o seu trabalho inviabilizado à posteriori pelas mesmas razões. A lógica que assiste a estas dinâmicas – que é clara – parece-me preguiçosa e desonesta. Esta ditadura da fama e dos seguidores, completamente dominante e dominadora hoje em dia, é, parece-me, um desserviço ao trabalho artístico e criativo. E também ao que estamos a construir como sociedade”, acrescentou.
“Tenho quase 20 anos de profissão e um trabalho consistente enquanto actriz, ainda que não seja mediático ou mainstream. Torna-se ofensivo, uma forma de violência e de indirectamente perpetuar a precariedade. E este post é um singelo apelo, à minha pequena escala, para que se repense tudo isto. O que fazer para alterar esta lógica cada vez mais dominante?“, rematou.
Margarida Bakker, filha de Alexandra Lencastre, foi uma das principais vozes a reagir ao texto de Inês Vaz (aqui).
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