Um cliente do Santander Totta não foi atendido no balcão de Celeirós, Braga, por estar mal vestido. Recebeu 169 euros na rua. Apresentou queixa na GNR. Banco condena episódio e abre inquérito.
[wp_bannerize group=”Geral” random=”1″ limit=”1″]
Paulo Ribeiro, dono de uma sucata, nem queria acreditar quando o gerente da unidade bancária lhe disse que não podia levantar um cheque no interior da dependência.
“Vinha do trabalho e passaram-me um cheque de 169 euros. Como o banco fica no caminho, decidi ir levantá-lo, mas fui posto na rua por estar mal vestido”, lamenta o empresário, de 36 anos e natural de Figueiredo, Braga, reportando-se à manhã de terça-feira.
“O gerente disse-me que pensava que eu era romeno. Isto é racismo”, lembra, indignado com a situação, acrescentando ter pedido o livro de reclamações, o qual lhe foi inicialmente recusado. “Disse que só o dava depois de eu tomar banho e vestir outra roupa”, acrescenta ainda.
[wp_bannerize group=”Geral” random=”1″ limit=”1″]
Ato contínuo, decidiu chamar as autoridades. A GNR foi ao local e tentou identificar o gerente do banco mas, segundo Paulo Ribeiro, sem êxito. “Disse que não se identificava e que se as autoridades quisessem identificar alguém que identificassem o banco”.
A situação é perceptível no vídeo a que o JN teve acesso e onde se vê o gerente do banco entregar o valor do cheque em numerário a Paulo Ribeiro. “Acabei por ser atendido na rua. Ele foi lá dentro com o cheque e entregou-me, cá fora, o dinheiro”, explica o empresário, que nunca tinha sido confrontado com semelhante atitude. “Isto nunca me tinha acontecido. Nem nunca pensei que fosse possível. Andamos a trabalhar e a pagar impostos para sermos tratados desta forma”, frisa.
Paulo Ribeiro avançou com uma queixa na GNR e fez uma exposição dos factos ao Banco de Portugal. “É preciso denunciar estes procedimentos. Não quero que aconteça a outro cidadão qualquer, independentemente de raça ou estrato social”, alerta.
A GNR de Braga confirma a queixa e o Santander Totta o caso. “De imediato, abriu-se um procedimento interno para apurar os factos que efetivamente ocorreram, processo esse que continua em curso”, explica Cristina Dias Neves, da comunicação do Santander Totta.
via JN