Big Brother: A curva da vida de Ana Duarte com várias farpas ao Ricardinho
“Com 22 anos conheci a minha primeira paixão. Em quatro meses de namoro fui pedida em casamento e, aos 23, casei. Parei a minha vida durante cinco anos para me dedicar ao sonho de outra pessoa.”

No Big Brother, tivemos a Curva da Vida de Ana Duarte, onde o nome do Ricardinho foi metido ao barulho. Ele foi o primeiro grande amor da sua vida e é pai da sua filha.
“A minha mãe diz e o meu avô que eu nasci com algum dom, e o meu dom, vim a descobri-lo mais tarde, que era cantar”, começou por recordar. Ainda criança, percebeu que o palco seria parte da sua essência. “Aos oito anos, inscrevi-me num concurso. Fui imitar a Aretha Franklin e, aos dez, surgiu a oportunidade de gravar o meu primeiro álbum.”
Contudo, o sonho teve custos elevados. A família deixou Castelo Branco para Lisboa, acreditando em promessas de empresários que acabaram por esvaziar-lhes os bolsos e a esperança. “Os meus pais perderam todo o dinheiro que tinham. Ficámos sem carro, sem casa, sem nada. Vivíamos sete pessoas num T2 emprestado pela minha madrinha. Eu tive que crescer muito rápido.”
O talento, no entanto, não se deixou abafar. Ainda adolescente, Ana multiplicava concertos e representou Portugal em Itália [Bravo Bravissimo], conquistando o terceiro lugar [e venceu o Mini Chuva de Estrelas].
Alguns dos seus temas chegaram mesmo às novelas da TVI. A carreira estava a despontar, até que o coração falou mais alto.

“Com 22 anos conheci a minha primeira paixão. Em quatro meses de namoro fui pedida em casamento e, aos 23, casei. Parei a minha vida durante cinco anos para me dedicar ao sonho de outra pessoa.” O marido [Ricardinho], o ex-jogador de futsal, levou-a primeiro ao Japão e depois à Rússia. Enquanto ele alcançava títulos mundiais, Ana sentia-se “inútil, apenas dona de casa”, e a sua carreira foi por água abaixo.
A depressão começou a dar sinais, agravada por um casamento que se revelou doloroso. O nascimento da filha, Rihanna, não foi suficiente para salvar a relação. “Foi a minha mãe que esteve comigo no parto. Ele só me acompanhou a uma consulta.” O divórcio, em 2014, foi um ponto de rutura: “Eu tinha o pai da minha filha num pedestal. Esse pedestal veio todo cá para baixo. Eu saí sem nada. Nada, zero. Perdi a casa, não tinha trabalho, ninguém sabia quem era a Ana Duarte.”
A fé e o amor, contudo, voltaram a resgatar-lhe a vida. Em 2015 conheceu quem descreve como “o grande amor da minha vida”. Uma relação que trouxe estabilidade à filha e que, durante dez anos, ajudou a cicatrizar feridas. “Foi ele que assistiu à minha filha a tirar a chupeta, ao primeiro dia de escola.” Mesmo depois da separação, Ana fala dele “com carinho”, reconhecendo a importância desse capítulo na sua vida.
E é nesse contexto de altos e baixos que chega ao Big Brother. “Recebo um telefonema: era para eu ser a nova concorrente. É uma oportunidade de as pessoas conhecerem-me, ouvirem a minha música. Eu sem música realmente não sei viver.”
Hoje, dentro da casa mais vigiada do país, Ana procura um renascimento à sua carreira. “O que eu quero mesmo é que, quando falarem de Ana Duarte, não digam mais ‘quem é Ana Duarte?’. Eu tenho uns pais maravilhosos, uma família maravilhosa, e aceito este desafio por mim, pela minha filha e pela minha música.”