Bruno Batista: Cara do V+ TVI à vice-presidência do Benfica: “Sou um miúdo do Alentejo, cheio de sonhos”
Da paixão pelos cães ao maior desafio da vida – a vice-presidência do Benfica –, Bruno Batista fala de ambição, críticas e futuro.
Bruno Batista, comentador da CNN Portugal e do V+, vai assumir o cargo de vice-presidente na lista de Luís Filipe Vieira, candidata às eleições do Benfica, agendadas para outubro.
“Continuo a achar que sou um miúdo que nasceu no Alentejo, cheio de sonhos, que sempre gostou de desafios e que gosta, ainda mais, de os conquistar”, confessou, num registo intimista à SELFIE. Para Bruno, a ambição deve estar sempre presente: “Acho que a ambição deve fazer parte da nossa vida – sem ganância –, mas com vontade de fazer e de acrescentar valor todos os dias ao que fazemos.”
Fora do mundo dos ecrãs e da comunicação, há uma paixão que fala mais alto: os animais. Até há pouco tempo tinha três cães. “O Ernesto deixou-nos depois de 13 anos muito felizes. Agora, tenho o Erman e o Ercules, dois cane corsos, um deles com 80 quilos [risos], que são, simultaneamente, uns terroristas e os mais fiéis amigos.” O tempo livre, já escasso, divide-se entre amigos, associações e outras paixões discretas: “Se tivesse de mencionar algumas além dos cães, talvez os relógios e carros. Gosto muito de viajar de carro. No ano passado, fui com a minha mulher, assim de impulso, até Champagne, em França. Fizemos cinco mil quilómetros em oito dias.”
Críticas e exposição pública
Sobre a exposição pública, Bruno não esconde que já lidou com várias críticas, sobretudo vindas de adeptos de futebol. “Muitas! E, por incrível que pareça, as piores que recebi foi de benfiquistas, quando não concordam com as minhas opiniões. Mas lido bem, tenho uma regra fundamental que é a de nunca responder aos comentários nas redes sociais. Nem sempre é fácil, mas impus-me essa regra e tenho cumprido.”
Ainda assim, admite que nem sempre é fácil enfrentar as redes. “Há pouco tempo, um comentário político sobre a lei da imigração também gerou uma onda de ofensas nas redes sociais, mas esses heróis do teclado depois, ao vivo, não se manifestam.”
Mas há momentos que ficam para a vida: “Confesso que a situação que me deixou mais sem jeito foi a de trocar o número de telefone com um pivô da TVI por outro tema, e o facto de ele saber o meu nome de cor quando gravou o número foi uma boa sensação.”
O desafio Benfica
Com a confirmação da candidatura como vice-presidente do Benfica, o tom ganha outra intensidade. “Talvez seja o maior desafio a que já me propus. Não há nenhuma explicação para ser do Benfica, e para ter esta ligação amorosa e irracional com o clube. Sou do Benfica porque o meu pai é. Não há outra razão. Mas esta forma que temos que sentir um clube é única. Podemos mudar de partido, de marcas de roupa ou de carros. Até podemos mudar de amigos, mas nunca mudar de clube!”
A proposta apresentada assenta num modelo de gestão inovador. “Ao apresentar-me a sufrágio aos sócios, apresento um modelo de gestão e até de negócio para o Benfica completamente novo, onde a venda de talento não pode comprometer os resultados desportivos. Apresentamos novas receitas, com novas explorações de mercados, novos produtos, como conteúdos audiovisuais ou merchandising.”
Bruno Batista garante ainda uma estratégia clara para o futuro. “Temos uma visão que mostra um caminho de futuro para o Benfica, uma estratégia de médio prazo e um plano de ação imediata, para transformar o Benfica em quatro anos e o colocar outra vez a ganhar. Espero que seja o início de uma longa caminhada na Luz, tenho 43 anos e acredito que posso dar muito ao Benfica durante muito tempo.”
A marca Benfica
Se vencer, caber-lhe-á assumir as áreas de Marca, Comercial e Comunicação. A visão é ambiciosa: “O Benfica tem na sua essência o futebol. É uma associação criada para vencer no desporto, e no futebol em particular. Desde a sua fundação até hoje, o Benfica deixou de ser só um clube de futebol, para ser uma instituição com grande relevância social, especialmente em Portugal, mas que toca todos os portugueses pelo mundo, e uma marca com valores exemplares e com potencial de se tornar global.”
A meta está bem definida: “O objetivo tem que ser 7/10. Numa década, temos que conquistar essa hegemonia, para depois voltarmos ao Benfica europeu. Quando o conseguirmos fazer, e acreditamos que em 10 anos poderemos recuperar esse Benfica, a marca pode tornar-se global e estar presente em mercados emergentes no futebol, como o americano ou asiático.”