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Carloto Cotta à espera de veredicto em julgamento chocante

O ator Carloto Cotta enfrenta acusações graves de sequestro e violação. Tribunal de Sintra adia decisão para 17 de novembro, deixando tensão no ar. Saiba os detalhes do caso que abala o cinema português e as vozes de defesa e acusação.

Carloto Cotta, aos 41 anos, o ator, conhecido por papéis intensos em filmes como Listen ou séries que nos grudam ao ecrã, enfrenta agora um dos capítulos mais pesados da sua carreira: um julgamento por nove crimes graves, entre os quais sequestro e violação.

Nesta sexta-feira, 7 de novembro de 2025, o processo ainda paira no ar, sem decisão à vista. O tribunal marcou para 17 de novembro o dia em que tudo se saberá, deixando todos, arguido, alegada vítima e um país atento, no limbo.

Tudo começou há cerca de um ano, quando uma queixa deu origem a esta investigação que rapidamente saltou para as páginas dos jornais. Carloto Cotta, sempre discreto fora das câmaras, viu-se arrastado para um escrutínio público que ninguém deseja.

O julgamento arrastou-se por várias sessões, com momentos de tensão palpável. Na penúltima, o ator faltou por motivos de saúde, um absentismo que levantou sobrancelhas e alimentou especulações, mas na última, quinta-feira, 6 de novembro, lá estava ele, presente e composto, a ouvir o fecho do debate. Foi nessa sessão final que as derradeiras testemunhas prestaram depoimento, e as alegações finais foram proferidas.

Do lado da defesa, Rui Patrício, o advogado de Carloto, tem sido uma presença sempre calma e fala com os jornalistas.

Desde o arranque do julgamento, Patrício não poupa palavras para sublinhar a confiança na inocência do seu cliente. “O impacto negativo [das acusações] na vida do ator é inegável”, disse ele, “Peço a todos que se coloquem no lugar do ator”. É um lembrete de que por trás do nome nos títulos está um homem de carne e osso, com uma família e uma profissão que podem ruir num instante. E há mais: o ator moveu, em paralelo, um processo contra a alegada vítima por denúncia caluniosa, um contra-ataque que adiciona camadas a esta história já de si complexa.

Na outra margem da barricada, Cristina Borges de Pinho, a advogada da mulher que acusa Cotta, carrega consigo a determinação de quem luta por vozes muitas vezes silenciadas, “Espero que seja feita justiça em tribunal“, confidenciou. Já sobre a sua cliente, descreve-a como “perturbada, mas determinada em lutar”.

O que fica por saber, para já, são os pormenores mais crus dos depoimentos das testemunhas ou da alegada vítima, elementos que o tribunal guarda com discrição, como é seu dever, mas o que transparece é claro: este caso não é só sobre um crime alegado, mas sobre as fissuras na confiança, o peso das palavras e o delicado equilíbrio entre presunção de inocência e busca por verdade. Carloto Cotta, que já nos deu tantas interpretações profundas, espera agora pelo seu próprio guião final, escrito por juízes e não por argumentistas. Até 17 de novembro, o silêncio será o protagonista.

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