Cristiano Ronaldo inspira com trabalho, não com palavras
Roberto Martínez atira, “Cristiano não fala do futuro, fala do presente. E isso ajuda muito o grupo”

Na antevisão ao duelo com a Hungria, Roberto Martínez voltou a ser confrontado com a questão inevitável: Cristiano Ronaldo.
O jornalista da A BOLA lançou a provocação “Ainda há pouco um colega da imprensa húngara perguntou sobre Cristiano Ronaldo, sobre o objetivo que será, certamente, ganhar o Mundial. Pergunto-te se sente no balneário esse peso, se o capitão transmite essa ambição extra?”
Martínez não fugiu à resposta, mas tratou de recentrar a discussão: “O que o capitão transmite no balneário não são aspetos do futuro, são aspetos do dia-a-dia. Tem uma fome para ser o melhor em todos os treinos, em todos os jogos. Acho que é isso que passa ao grupo.”
Mais do que uma obsessão com títulos, o selecionador sublinha o impacto do exemplo diário: “O que representa vestir a camisola de Portugal é, claramente, a mensagem do capitão no balneário. E ajuda, ajuda muito, ajuda os jogadores novos e ajuda todo o grupo.”
Se a primeira parte da conferência foi sobre Ronaldo, a segunda desviou-se para a Hungria, adversário desta noite. E aqui, Martínez foi pragmático: “Já vimos que contra a Alemanha e contra a Holanda foram muito fortes. É uma equipa que defende bem, que é perigosa quando não tem a bola e que tem no contra-ataque uma arma muito forte.”
O técnico espanhol não poupou elogios ao coletivo húngaro, mas também à experiência acumulada: “São já 77 jogos com este selecionador, e isso nota-se. É uma equipa com variantes, muito trabalhada. Não é só o contra-ataque, também têm qualidade na bola parada e um capitão com papel muito importante.”
Em resumo, Martínez deixou a imagem de uma equipa portuguesa focada, com Cristiano Ronaldo a dar o exemplo não pelo discurso do “Mundial”, mas pela exigência diária. Uma liderança silenciosa, mas que, nas palavras do selecionador, “ajuda muito”.