
Isto podia muito bem ser o enredo de um episódio daqueles dramas cheios de reviravoltas, mas não, não há tribunal nem sentença. É apenas mais um capítulo na longa “guerra fria” que já dura há três anos entre duas das figuras mais mediáticas do país.
Durante a emissão desta semana da Casa dos Segredos, Cristina Ferreira aproveitou o fecho do programa para deixar uma reflexão pessoal sobre uma concorrente que, após ficar noiva dentro da casa, decidiu pôr fim ao noivado em direto, e acabou, pouco depois, envolvida com outro participante.
O momento gerou surpresa entre os colegas, mas Cristina tentou acalmar os ânimos, dizendo: “Tenho receio do dia em que ela sair daquela casa, porque acho muito feio, por muito que não se entendam as decisões dela, que se digam coisas piores do que aquilo que ela própria fez.”
Ora, mal a frase chegou às redes, a “rival” de longa data, Ana Garcia Martins, não deixou passar em branco. Como é seu hábito, pegou no telemóvel e respondeu em vídeo, e, claro, já há quem esteja a comentar o que disse.
O tema foi discutido no ‘Tarde das Estrelas’ da CMTV, onde estava presenta o ex-marido da Pipoca, “eu concordo a 100% com aquilo que a Ana disse. Acho que é… Eu gostava de dividir esta questão em duas, em dois momentos. Porque eu acho que há aqui dois momentos que são muito diferentes e que têm um impacto diferente também”, começou por dizer Ricardo Martins Pereira.
O primeiro desses momentos, explicou, diz respeito ao discurso de Cristina Ferreira para dentro da casa, dirigido aos concorrentes do Big Brother, “Quando ela está a falar com os concorrentes, ela está a expor-se a uma crítica de toda a gente. Porquê? Porque ela está a interferir diretamente com aquilo que se está a passar dentro da casa”, argumentou.
Ricardo foi mais longe e considerou que a apresentadora ultrapassou uma linha vermelha ao defender uma concorrente, algo que, segundo ele, altera o equilíbrio do jogo e a perceção dos participantes, “A partir do momento em que ela faz a defesa de uma concorrente para dentro da casa, ela está a passar uma informação. Foi uma proteção. Ela protege, diz aos outros para não a julgarem, para falarem com ela. Passa um papel didático e humano, o que faz passar para os outros concorrentes a sensação de que cá fora ela está protegida, porque está protegida pela Cristina Ferreira. E isto é muito grave, porque uma apresentadora de televisão não pode passar informação para dentro da casa.”

Com este comportamento, Cristina abriu a porta a críticas legítimas, “Ela aqui está a expor-se obviamente a todas as críticas que as pessoas possam fazer e têm obrigação de fazer. O RS é o vivo disto, vive das pessoas comentarem aquilo que se está a passar dentro da casa. Portanto, não podem depois vir tentar dizer que as pessoas têm que ter muito cuidado com o que dizem.”
Mas foi no “segundo momento” que Ricardo se mostrou mais duro. Referindo-se à frase de Cristina Ferreira sobre as críticas dirigidas à concorrente, “é muito feio dizerem coisas ainda mais feias do que aquilo que ela fez”, o comentador não poupou a apresentadora. “Estamos a falar de uma pessoa que traiu o noivo perante milhões de pessoas. Ou seja, estamos a falar de uma humilhação pública de uma pessoa promovida por um canal de televisão. E obviamente que isto tem que ser comentado pelas pessoas, obviamente que isto tem que ser criticado (…) Qualquer coisa que se diga é mais feio do que trair um noivo perante milhões de pessoas? Não. Nada do que se possa dizer é mais feio do que trair uma pessoa perante milhões de pessoas. Isso é o pior de tudo.”, disse.
Fala ainda da relação entre as duas, profissionalmente, “aquilo que eu conheço da história de ambas, e estive muito presente também no início dessa relação, é que elas nunca foram amigas. A Ana nunca foi amiga, mas também nunca foi inimiga da Cristina Ferreira. Quando a Cristina entra na TVI vinda da SIC, ela herda a Ana Garcia Martins. A Ana foi uma escolha de uma direção anterior. E depois, obviamente, há um embate de duas personalidades fortíssimas, de dois egos muito grandes, e há ali uma grande dificuldade de gestão dessas duas personalidades.”
E ainda diz, “Uma apresentadora tem que saber até onde pode ir. Porque quando interfere com o jogo, interfere também com a perceção do público e dos concorrentes. E aí, perde-se a linha que separa o programa da manipulação.”