Artigo da Revista TV GUIA
O Estabelecimento Prisional da Carregueira juntou quase uma dezena de celebridades. Saiba como eles vivem, privados da liberdade, e os subterfúgios que “inventam” para fazer o tempo correr…
Justiça juntou-os todos no mesmo espaço: por crimes económicos (João Vale e Azevedo e lsaltino Morais) ou sexuais, a maioria no “caso” Casa Pia, todos habitam pelo menos há meses no Estabelecimento Prisional da Carregueira.
A TV Guia descobriu grande parte dos segredos mediáticos por detrás dos altos muros de segurança da cadeia dos famosos. Regressado de Londres, João Vale e Azevedo, o ex-presidente do Benfica – que, decerto por coincidência, foi detido a primeira vez em 16 de Fevereiro de 2001, menos de três meses após ter perdido as eleições do clube para Manuel Vilarinho – foi, de novo, preso, e ainda esta semana condenado a mais 10 anos de prisão efectiva, pela “apropriação ilegítima” de dinheiros pertencentes ao emblema da águia.
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Entre episódios rocambolescos. como a célebre libertação por segundos, há anos, o advogado que assumidamente ludibriou a Lei nacional durante o tempo em que permaneceu emigrado num dos bairros mais chiques da capital inglesa.., arrisca-se agora a uma prolongadíssima estadia atrás das grades, até porque responde em tribunal por diversas outras acusações. No entanto, já garantiu o privilégio de permanecer numa cela sozinho, sem companhias indesejáveis. E quem imaginava que o homem que em tempos se auto-intitulou “Pinto da Costa vermelho” deitaria a toalha ao tapete… desengane-se.
Além da máquina jurídica de recursos, há muito montada, João Vale e Azevedo faz pela vida na cadeia. Começou por se tornar o responsável pela biblioteca do Estabelecimento Prisional da Carregueira e, há semanas, ganhou o estatuto de “auxiliar de serviços religiosos”. “Ele até ajuda à Missa!”, conta-nos uma fonte da prisão dos famosos.
Aos domingos, em tempo de oração, o advogado transforma-se numa das figuras centrais do estabelecimento. Um guarda prisional na Carregueira lida com os famosos… como se estivesse na televisão. E a nossa fonte confessa que “nem todos gozam de determinados privilégios, nem encaram da mesma forma positiva a estadia entre os muros da prisão”. E exemplifica. “Isaltino Morais provoca alguma pena, ele está visivelmente em baixo, com sinais de depressão, percebe–se que nunca sonhou, sequer, ser alvo de prisão efectiva“, referindo-se ao autarca de Oeiras que, em Maio, iniciou o cumprimento da pena de dois anos, por branqueamento de capitais e fraude fiscal.
CASOS DE PEDOFILIA
Se, nestes dois casos, são crimes de origem económica que levaram à perda de liberdade, já o contingente de famosos condenados por crimes sexuais parece ter a vida mais difícil no já célebre Estabelecimento Prisional da Carregueira. E quem lá vive diariamente, conta: “O médico, Ferreira Diniz, está numa cela com romenos e ucranianos, não tem tido vida fácil.., até porque na prisão quem é condenado por violações ou pedofilia está em maus lençóis”, conta a nossa fonte, que refere que o médico “vive com medo”. E tem sete anos de pena por cumprir! Outros “colegas” do “caso” Casa Pia partilham as mesmas preocupações, por detrás dos muros da Carregueira.
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Carlos Cruz, o mais mediático, é também “um dos que tem mais visitas”. “Talvez por isso mantenha uma auto-estima apreciável, por vezes parece que nada daquilo passa por ele, mas é só fachada”, comenta a nossa fonte, que enaltece o papel desempenhado por Marta Cruz, Raquel Rocheta, Marluce e, claro, o apoio da pequena Mariana. Jorge Ritto, Manuel Abrantes e Carlos “Bibi” foram os outros condenados no processo, que se arrastou ao longo de uma década. Fora do “caso” Casa Pia está Henrique Sotero, o célebre “Violador de Telheiras”, que – ao contrário dos restantes – assumiu o(s) seu(s) crime(s) e se mostrou arrependido. “Não sei se é estratégia, mas pode resultar na redução da pena (22 anos). Um funcionário da Carregueira confirma que “os pais e a namorada continuam a visitá–lo, ele sente-se apoiado“.