Manuel Luís Goucha foi convidado do programa “Dois às 10” desta quarta-feira, 13 de novembro, para falar sobre o seu novo projeto, “Funtástico”.
Durante a conversa com Cristina Ferreira, em direto na TVI, o veterano apresentador falou sobre a morte da mãe, Maria de Lourdes Sousa, aos 101 anos, em agosto passado.
“Era inevitável. Sabes que eu achei que… nunca se está preparado, mas eu fui-me preparando. Claro que eu preferia que não fosse este ano. Ontem, por exemplo, estava a ler uma notícia de uma senhora com 108 anos e pensei: ‘Podia ter sido a minha mãe ir até aos 108, com qualidade, com discernimento’. Ela cognitivamente estava muito bem. Mas pronto, por alguma razão eu deixei de passar os Natais fora, para aí há uns 7 anos, vou recomeçar outra vez agora, e vou voltar à minha cidade preferida e àquela onde nós passávamos com ela alguns Natais, que é Paris”, começou por dizer.
“Mas eu fui-me preparando, depois… É uma perda. É a perda da pessoa mais importante da minha vida. Agora, na altura, e estou-me nas tintas para que algumas pessoas não tenham entendido, cada um faz o luto à sua maneira, eu sou um artista, ‘the show must go on’, o trabalho salvou-me. A partir, que tenha partido numa altura em que eu tinha uma gala [do Dilema] para apresentar, e tu estavas lá, tinha diários para fazer à noite, para além destes. Focar-me no trabalho foi essencial”, acrescentou.
“Agora, tenho muitos momentos mais complicados, sobretudo aos fins de semana, e agora, nesta altura do Natal. (…) E eu dou comigo aos fins de semana, e dou comigo em alturas em que me apetece muito falar com a minha mãe, ‘vou ligar para a minha mãe’. E aí é complicado, porque aí eu penso, ‘já não está lá’”, desabafou.
“Eu tenho que ser muito grato à vida, porque isso foi uma coisa que eu consciencializei e que me tranquiliza. Eu tive o privilégio de ter uma mãe 69 anos. Nós temos diariamente pessoas que vêm aos nossos programas falar de pais que perderam aos 10, aos 15, que nem sequer estiveram presentes. Quer dizer, a vida deu-me a minha mãe por 69 anos. A minha mãe morreu aos 101. Claro que era ótimo se nós chegássemos aos 200. Não é possível. Portanto, a graça de a ter tido compensa a perda inevitável que aconteceu”, destacou. Vê aqui o vídeo.
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