‘Estive entre a vida e a morte’ é o segredo de Bruno Simão

O segredo ‘estive entre a vida e a morte’ na Casa dos Segredos, pertence ao Bruno Simão. Foi hoje revelado na Gala.

No dia 24 de janeiro de 2018, data que coincidia com o aniversário da mãe, Bruno Simão viveu o momento que mudaria a sua vida para sempre. O antigo futebolista pegou na mota de um amigo para se dirigir ao Campo da Justiça, em Lisboa, onde precisava de tratar de documentação. Conta que nem sequer se recorda se chegou a concluir o que ia fazer. Minutos depois, já a caminho de casa, sofreu um acidente violento a poucos metros do local.

O ex-jogador foi transportado para o hospital, onde entrou em coma. Os dias que se seguiram foram de incerteza absoluta para a família e para a equipa médica, “Depois fui para o hospital, onde fiquei três dias em coma. Fiquei em coma menos de três dias. Foram períodos muito complicados. O prognóstico era muito reservado. Nos cuidados intensivos não sabiam como é que eu iria ficar.”

Atleta desde criança, habituado a viver do corpo e do esforço físico, ouviu no hospital aquilo que jamais esperara ouvir, “Foi-me dito que, a partir daquele momento, eu estaria inapto para a prática desportiva. Recordo-me do doutor entrar no meu quarto e dizer-me, Bruno, vais ter que ser forte, mas depois do acidente grave que tiveste, e no estado em que estás, estarás inapto para a prática desportiva. Foi uma dor enorme, eu chorei.”

O período de internamento foi marcado por perdas físicas e emocionais, “Eu não tenho memória de praticamente nada no hospital. Perdi 18 quilos em 22 dias. Fiquei muito mal e foi muito duro, porque não me tinha despedido do futebol como eu gostaria. Foi me tirado tudo sem eu estar preparado.”

Os obstáculos continuaram a acumular se. Após sair dos cuidados intensivos, sofreu uma septicemia e foi novamente levado para cirurgia de urgência. “Eu digo que tive três milagres em poucos dias, porque após sair dos cuidados intensivos, eu fiz uma septicemia e tive que ir para o bloco de operações de urgência, porque me disseram que mais uns minutos e ficava no cadeirão onde estava. E nessa operação tive uma paragem cardiorrespiratória.”

Entre máquinas, prognósticos sombrios e o medo de nunca mais voltar a ser o mesmo, acabou por encontrar a força num gesto simples vindo de quem mais amava. “O que aconteceu depois foi que, no hospital, foi a minha filha Carolina que me deu força. Li uma mensagem dela que me fez dar a volta por cima, para não desistir da vida e daquilo que eu mais amava fazer, que era o futebol.”

E assim voltou. Contra todas as previsões clínicas. “Passado quatro meses eu estava num campo de futebol, no Casa Pia, a treinar. Foi das melhores épocas que tive, fui campeão pelo Casa Pia e foi a minha maior vitória na vida, sem dúvida.”

Ao recordar o impacto que tudo teve na família, a voz de Simão carrega outra dor, uma que não se mede em relatórios médicos. “Custa, custa, principalmente pela minha família. A minha mãe estava a festejar o aniversário em França e recebe a notícia da minha irmã a dizer que eu tinha tido um acidente muito grave, que não sabiam como é que eu ia ficar. O meu irmão passou muito mal também, a minha família toda passou muito mal. Eu passei mal, mas a dor deles acredito que tenha sido maior.”