O Grupo C do Euro 2024 está em aberto, apesar de a Inglaterra liderar com 4 pontos, mas hoje escorregou contra a Dinamarca, num jogo que teve o resultado algo justo.
Na RTP 3 o jogo foi analisado pelo comentador Rui Malheiro, que começa logo por dizer que o resultado foi justo, e que a Inglaterra tem muitas estrelas, mas, contudo pouca união.
Análise jogo Dinamarca vs Inglaterra Euro 2024
“Há um aspeto que é importante salientar e acho que é o mais importante. O empate é justo, a Dinamarca fez o jogo que tinha que fazer, ou seja, primeiro resguardou-se do ponto de vista defensivo, depois alargou-se do ponto de vista ofensivo com a permissão, se quiseres, da Inglaterra. Agora, nós temos que olhar para a Inglaterra”, começa por referir.
Acaba por apontar o dedo à seleção favorita, “a Inglaterra tem uma equipa, um conjunto de individualidades fortíssimo, mas tem uma equipa muito pobre, uma equipa que não tem corredor esquerdo, joga com, por exemplo, o Phil Foden na partida da esquerda, claramente fora de água, repara que quando ele saiu do corredor esquerdo e foi para o corredor direito, o espaço onde se sente mais à vontade, até nas entrelinhas, acabou por enviar uma bola ao poste e ter um remate perigoso, mas sobretudo aquilo que se nota é que uma equipa como a Inglaterra não pode chegar aos 18 minutos e colocar-se em vantagem, num lance que já vimos e acabou por ser um lance fortuito, porque o Kristiansen adormece na situação e o Walker acaba por ganhar as costas e desiste de jogar.”
“Eu até estava a falar com isso há pouco, com a Mariana, quando se prepara o jogo, prepara-se o jogo com uma ideia para o jogo, para além do modelo que a equipa tem, e não se pode, aos 18 minutos, abdicar de atacar, baixar o bloco e mudar completamente o jogo, ou seja, permitir que a Dinamarca tivesse bola, esperar pela Dinamarca para depois explorar o contra-ataque que nunca acabou por sair, ea verdade é que a Inglaterra ficou completamente desconfortável no jogo”, continuou a sua grande análise.
Ainda referiu que a Inglaterra esteve perto de vencer, mas outra coisa não seria de esperar, “é certo que se formos a olhar, foi quem esteve mais perto do 2-1, mas com a qualidade individual que tem, faz todo sentido que assim acontecesse, mas a verdade é que a Dinamarca nunca virou a cara à luta, manteve, do meu ponto de vista, uma consistência defensiva que não teve no primeiro jogo, ainda chamo sobretudo a atenção para a questão do Westergaard ter saído de central pela esquerda, onde estava a ter muitas dificuldades e passou para central pelo meio, onde ficou claramente mais confortável, porque o Chris Tansen, que foi de central pelo meio no primeiro jogo, passou para central pela esquerda e tem maior capacidade de deslocação, e depois também salientar, obviamente, o grande golo do Hewman.”
A rematar, “é tal questão em relação à Inglaterra. Como é que se pode sair da forma que saiu num lançamento lateral, perder a bola, permitir a recuperação do Chris Tansen e depois ter ali uma espécie de lago no corredor central que o Hewman aproveita e tem uma definição absolutamente fantástica. Resumindo, do meu ponto de vista, empate inteiramente justo.”