Filho de Kina quebra o silêncio com desabafo: “A verdade não é sempre confortável, mas é libertadora”
“O ambiente familiar, especialmente o lado paterno, foi marcado por rejeição, violência, homofobia e silêncio.”

O filho mais novo de Kina, Micael, deixou um vídeo nas redes sociais na passada madrugada, para vir esclarecer alguns pontos.
“Eu venho por este meio partilhar uma mensagem importante, não com o objetivo de procurar protagonismo, mas como uma resposta necessária a mais um episódio de ataques por parte de membros da família do meu pai Hélder. Sinto-me na obrigação de defender-me, acima de tudo, de esclarecer a verdade diante de mentiras e tentativas de denegrir a imagem da minha mãe e a minha”, começa por dizer.
Considera que a mensagem, “Esta mensagem não é apenas um esclarecimento, é também um testemunho de vida que partilho com todos vocês que leem e ouvem. Não por vaidade, mas porque acredito que a minha experiência pode tocar corações e abrir olhos para o que infelizmente acontece em muitas famílias.”
Na publicação, o filho de Kina descreve uma infância solitária, marcada por negligência emocional e pela ausência paterna. “O ambiente familiar, especialmente o lado paterno, foi marcado por rejeição, violência, homofobia e silêncio.” Entre memórias de bullying e exclusão, recorda um lar onde o amor era quase exclusivo da mãe e de uma ama chamada Ana. O pai, Helder, surge retratado como uma figura distante e emocionalmente ausente: “O meu pai nunca me escolheu como um filho.”
Enquanto via irmãos receberem apoio, casas e empresas, ele recebia silêncio. “Sofri homofobia explícita por parte do meu pai e dos meus irmãos desde muito cedo, mesmo antes de entender o que eu era.” Mas nem tudo na partilha é dor. Há também gratidão. Há amor. E há resistência. “A minha mãe enfrentou dificuldades imensas, inclusive um cancro, e mesmo assim tentou proteger-me. Com ela aprendi o que é o verdadeiro amor e a resiliência.”
Mais tarde, tentaram juntos reconstruir uma vida fora do país, mas voltaram a cair em dinâmicas familiares marcadas por “ganância, desrespeito e traições”. A perda de uma casa e da estabilidade material foi mais um capítulo difícil, mas não o fim. Curiosamente — e aqui reside uma das passagens mais marcantes do seu relato —, foi ele quem cuidou do pai nos últimos anos de vida. “Apesar de tudo, tratei dele com dignidade e carinho, mesmo quando ele não me reconhecia como filho.” E fê-lo, diz, “porque escolhi não repetir os mesmos erros”.
Vê a mensagem completa no vídeo: