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Insólito: “Gotas para o nariz tornaram a minha pele prateada”

Rosemary Jacobs, uma americana de 71 anos, vive há 60 anos com um problema de pele irreversível, denominado argiria, que lhe arruinou a vida. Aos 11 anos, a pele desta professora reformada tornou-se prateada quando começou a utilizar gotas para o nariz que continham prata coloidal.

Quatro anos mais tarde, uma biopsia à pele revelou partículas de prata debaixo da pele e foi diagnosticada com argiria. A argiria é uma condição causada pela exposição a fórmulas químicas do elemento prata. A condição da Sra. Jacobs é causada pelo acumulo de prata no corpo. O sintoma principal é a pele adquirir uma tonalidade azul.

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A Sra. Jacobs , de Vermont, EUA, disse: “Quando tinha 11 anos, a minha mãe mencionou a um especialista que eu andava sempre constipada. Ele disse-me que deveria ser alergias e prescreveu-me umas gostas para o nariz que continham prata e recomendou que as toma-se quando fosse necessário.”

Ela tomou as gostas quando tinha o nariz entupido e foi quando uma enfermeira se apercebeu da argiria que a Sra. Jacobs consultou um dermatologista e a diagnosticaram.

Foi objecto de comentários maldosos vindos de estranhos que pensavam que ela era portadora de uma doença contagiosa e ainda atravessavam a estrada quando a viam.

A Sra. Jacobs, que  vive sozinha e numa teve uma relação duradoura, disse: “Disseram-me que a minha cor era permanente. Foi devastador. Nunca mais tive uma cor normal e isso arruinou-me a vida. As pessoas apontam-me os dedos, ficam a olhar para mim, chamam-me nomes e dizem-me para remover a maquilhagem do Dia das Bruxas. Alguns até dizem que pareço um morto-vivo. Costumavam perguntar-me de onde é que vinha e quantas línguas falava. É muito doloroso. Apesar de estar assim há muito tempo, ainda anseio por um aspecto ‘normal’.”

Uma vez uma hospedeira de bordo tentou dar-lhe oxigénio abordo de um avião, pois achou que estava muito pálida.

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Aos 36 anos, numa tentativa desesperada de ser livrar da cor prateada, a Sra. Jacobs submeteu-se a uma dermoabrasão que lhe removeu a camada de cima da pele deixando-a avermelhada.

O rosto dela curou-se mas ficou com uma tez rosada, inchada e com manchas cinzentas ainda visíveis.

A Sra. Jacobs disse: “A dermoabrasão não foi dolorosa, depois só parecia horrível. Levou cerca de seis meses para saber qual era a minha cor final. Fiz uma experiência mas nunca deixaria ninguém usar isso nas minhas pálpebras. Eu sabia que se resulta-se ficaria a parecer um guaxinim, ou seja continuaria com um aspeto esquisito. Não acho que agora esteja melhor.”

Agora, após anos de abusos verbais, comentários cruéis e sérios tratamentos de pele, a Sra. Jacobs está empenhada em sensibilizar as pessoas para os perigos de se tomar suplementos e medicação que contenha prata.

Ela acredita que tem havido um aumento de suplemente dietéticos que contêm prata e que deveriam nos rótulos uma advertência sobre a argiria.

A Sra. Jacobs disse: “A mudança de cor da minha pele foi tão lenta que não notei. A minha família e os meus amigos também não notaram e viam-me todos os dias. Só notei quando era tarde de mais.”

Ela ainda disse: “A prata ainda está presente em muitos produtos vendidos na Internet. Tomá-los pode arruinar a sua vida e as pessoas necessitam saber isso. Há alguns casos de argiria a nível mundial. O caso mais famoso foi o de Paul Karason, da Califórnia, conhecido como ‘Pai Smurf’, que morreu em setembro deste ano de ataque cardíaco.”

 

 

O QUE É A ARGIRIA E AS SUAS CAUSAS?

A argiria resulta de contacto ou ingestão prolongado de prata. Ocorre quando há uma acumulação de prata no corpo que mancha a pele com uma cor azulada.

Esta condição é mais frequente em trabalhadores na mineração e refinamento de prata ou na produção que contenham prata Também houve casos originados da ingestão de suplementos dietéticos com prata coloidal e procedimentos cirúrgicos envolvendo o uso de suturas com prata. Esta condição é muito rara e geralmente não há outros sintomas.

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