Gyökeres preso numa teia de interesses: empresário complica saída do Sporting

A saída do Viktor Gyökeres de Sporting está a tornar-se uma grande novela, e no canal NOW, Vitor Pinto do Record considera que o empresário do jogador está a empatar tudo.

O jornalista considera que o jogo está viciado, e por quem “tem tou condicionar o processo negocial. E à partida todos sabemos quem é que tentou condicionar o processo negocial. Quem que tenta esgrimir uma cláusula secreta no contrato para pressionar o Sporting a vender por 60 mais 10 é quem está a viciar o jogo à partida. O que nós percebemos neste momento, David, é que não temos um Viktor Gyökeres um representante, ou seja, o entorno do Viktor Gyökeres, aberto para ouvir propostas.”

“Chega o Arsenal, chega a Juventus, chega o Atlético de Madrid, chega o Borussia Dortmund… chega quem chegar, é para ouvirem as propostas e perceber quem é que efetivamente tem interesse no jogador”, diz ainda Vítor Pinto, deixando em cima da mesa ainda o cenário de um mercado que fervilha em torno do goleador sueco.

Mas o que parece estar em causa, segundo o comentador, é mais do que o tradicional jogo de bastidores entre clubes e empresários. “Aquilo que nós percebemos que aconteceu foi uma promessa baseada numa cláusula secreta que forçaria o Sporting a vender abaixo daquilo que seria a cotação normal do mercado do Gyökeres”, denuncia. Uma cláusula que estipularia um valor de 60 milhões mais 10 em variáveis — bem abaixo do que muitos imaginariam para uma das estrelas da época leonina. E aqui entra a figura do empresário — e o conflito de interesses. Vítor Pinto não esconde a sua preocupação: “O empresário defende o jogador, o intermediário trata do negócio. E neste caso, como essas duas qualidades estão agregadas por uma única pessoa, se calhar de manhã a preocupação é o Gyökeres, à tarde é ajudar o Arsenal”.

Com base numa mensagem que recebeu de uma “figura conhecida e importante do futebol português”, o comentador deixa o alerta: “Isto é a forma como uma transferência fica deturpada”. A atuação dupla do agente, simultaneamente representante do jogador e elo com potenciais compradores,  cria um desequilíbrio que, no fim de contas, pode deixar o próprio atleta em risco.

“Está a criar-se aqui uma situação embaraçosa para todas as partes, da qual esperamos nós não venha a ser o Gyökeres o principal prejudicado”, concluiu, num apelo quase ético à separação de papéis num mundo onde os limites, muitas vezes, se confundem.