Helena Sacadura Cabral escreveu e publicou recentemente um texto nas redes sociais, intitulado “A fama doentia”.
“A FAMA DOENTIA. Na sociedade moderna, a fama é muitas vezes enaltecida como um símbolo de sucesso e validação. No entanto, essa obsessão pela fama pode, muitas vezes, levar a um estado de doença, tanto física quanto mental. A fama doentia é um fenómeno que transcende as fronteiras da cultura e afeta indivíduos em todos os níveis de renome”, começou por escrever.
“Para alguns, a busca pela fama torna-se uma obsessão compulsiva, levando-os a medidas extremas para alcançar notoriedade. Sacrificam a sua privacidade, integridade e até mesmo a sua saúde em busca desse objetivo ilusório. Essa ânsia desenfreada por reconhecimento, pode levar a comportamentos autodestrutivos, como dependência de drogas, distúrbios alimentares e problemas psicológicos graves. Além disso, a fama doentia muitas vezes resulta numa desconexão da realidade. Indivíduos que alcançam altos níveis de fama podem se encontrar numa bolha de adulação constante, onde são tratados como ícones intocáveis, perdendo contato com as necessidades e experiências da vida quotidiana. Essa falta de conexão com a realidade pode levar a um isolamento social e emocional, exacerbando ainda mais os problemas de saúde mental”, explicou.
“Por outro lado, aqueles que buscam a fama podem tornar-se presas fáceis para exploração por parte dos media e da indústria do entretenimento. São frequentemente transformados em mercadorias e as suas vidas pessoais são escrutinadas para diversão pública. Essa falta de privacidade e controle sobre as suas próprias narrativas pode conduzir a sentimentos de impotência e alienação“, acrescentou.
“A fama doentia também tem um impacto significativo na sociedade como um todo. A glorificação da fama a todo o custo alimenta uma cultura de celebridade superficial, onde o valor de uma pessoa é muitas vezes medido pelo número de seguidores nas redes sociais ou pela quantidade de atenção dos media que recebem. Isso pode distorcer os valores e prioridades de uma sociedade, desviando o foco do que realmente importa, como conexões humanas significativas e contribuições positivas para o mundo. Em última análise, a fama doentia é um sintoma de uma sociedade que valoriza a imagem sobre a substância, o reconhecimento público sobre a autenticidade pessoal“, rematou a escritora.
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