Desabafo de Suzana Garcia quebra corações no Dois às 10 com morte de Diogo Jota e o irmão
Com a voz embargada, falou da dor das famílias, da ausência de um corpo e da brutalidade de uma perda que não se consegue velar.

Suzana Garcia ficou emocionada quando no «Dois às 10», estiveram a comentar a more trágica de Diogo Jota e o irmão André Silva.
“Espero que as pessoas não me levem a mal, mas estou só a ser honesta… Eu não sabia quem era o Diogo Jota”, começa por dizer. Como não é alguém que acompanha o mundo do futebol, não tinha noção do impacto e da dimensão humana do jogador.
Mas ficou muito tocada com a notícia, “O que me consternou mais foi imaginar como se recebe uma notícia destas, quando se tem dois filhos e se sabe que foram ceifados, assim, os dois ao mesmo tempo. Fiquei estarrecida. Como é que é possível o rei de Inglaterra dirigir palavras à família? O presidente da FIFA fez um esforço enorme para falar em português. Já morreram muitos jogadores e eu nunca vi nada assim.”
Emocionada, destacou o gesto simbólico do Liverpool, o clube onde o internacional português jogada há cinco anos, que decidiu retirar a camisola número 20 – algo que a levou a querer conhecer melhor quem ele era: “Senti pena e vergonha da minha ignorância. Depois lembrei-me que sou portuguesa. É normal só sentirmos isto depois das pessoas partirem.”
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Emocionou-se depois com o lado humano e generoso que descobriu: “Aos 17 anos, recusou ir viver sozinho porque ajudava a sustentar os colegas de equipa. Casou-se com a namorada de sempre. No Reino Unido fizeram-lhe uma música. Quem é que tem uma música feita pela equipa? Tive pena que só depois da tragédia se falasse deles assim. Talvez me sentisse menos penitenciada na minha ignorância.”
Falou da dor irreparável das famílias, especialmente das mães: “Há a dor da Ruth. Uma mulher que tem um bebé de oito meses. Como é que se cria uma menina que nunca vai conhecer o pai? (…) Lembro-me sempre daquela imagem da Virgem Maria com Cristo. A mãe que segura o filho morto. Mas esta mulher nem isso pode fazer. Não há corpo.”
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