Vivo ou morto, enclausurado, ninguém sabe o que se passa com Emanuel Castro, de 40 anos. Há 18 anos que ninguém vê o estudante universitário que, segundo a mãe, Dulce Vidal, está fechado em casa, no centro de Santa Maria da Feira, por causa de uma doença que “só pode ser curada pelo Divino, pois nada mais lhe pode valer”.
O caso está nas mãos do Ministério Público (MP). Valdemar Vidal, primo de Dulce, foi quem fez a denúncia. “Suspeitamos que o meu primo possa estar morto há anos e só queremos saber o que se passa, ou passou, na realidade”, afirma Valdemar Vidal. “Nem o marido da filha da minha prima o viu, algo que é estranho”, enfatiza o primo. “Ele não o viu porque o Emanuel não está preparado para isso”, afirma a mãe de Emanuel ao CM.
Dulce Vidal, de 74 anos, reformada do registo civil, não deixa ninguém aproximar-se da casa. A PSP já foi ao local, mas a mulher não permitiu a entrada dos agentes. “Se entrasse um polícia seria a morte dele”, sustenta.
O MP já notificou a mulher para fazer prova de vida do filho com três testemunhas, que devem ser ouvidas a 3 de Julho. Emanuel foi notificado para ir a tribunal, mas Dulce comunicou que ele se recusa a sair de casa. “Nem pensar em tirar-lhe uma fotografia”, afirma Dulce. “Ele está bem, navega na internet e lê jornais”, afiança a mãe, que se queixa de perseguição.
