Os humoristas que apresentam o programa CQC, da Rede Bandeirantes, no Brasil, retrataram-se da peça em que tratam os portugueses como burros e feios. “Desde 1500 que fazemos piadas de portugueses e só agora perceberam”, dizem.
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O pivôt do programa o Custe o Que Custar (CQC), da Rede Bandeirantes, Marcelo Tas, mostrou um print de uma página do JN Online para sublinhar como “Ronald Rios causou problemas na Europa” com uma reportagem humorística, feita durante o Euro2012, em que trata os portugueses como feios e estúpidos.
“Em vez de fazer piadas com os portugueses, achamos melhor conhecer a cultura de Portugal”, diz Marcelo Tas. Como exemplo, diz que “injeção em português é pica”, esforçando-se por falar sem o inconfundível sotaque brasileiro.
Convém esclarecer que injeção, agora sem o cê antes do cê cedilhado para ser mais fácil de perceber no Brasil, é pica em linguagem de bebés (bebês, no Brasil). Da mesma forma que, por cá, muitos papás (papais) dizem bumba (água) e chicha (carne).
Pode ser que pica venha, um dia, a entrar no léxico dos brasileiros, como mais uma das expressões portuguesas. Entre essas, uma rende homenagem a todos os Joaquins e Manueis (é com u, não com o), quando uma brasileira vê um homem bonito (provavelmente estrangeiro): “É um pão”.
Pica, por cá, é uma forma verbal do verbo picar, que em sentido figurativo significa provocar. Isto é, cutucar, curiosa palavra que se usa no Brasil e que pode criar confusão em quem tem por hábito trocar os “us” pelos “ós”.
O pedido de desculpas, feito ao jeito corrosivo do CQC faz uma piada sobre portugueses para pedir desculpa pela reportagem do humorista Ronald Rios a troçar dos portugueses.
“Os brasileiros fazem piadas sobre portugueses há 500 anos e só agora vocês perceberam. A gente vai parar” diz Oscar Filho, um diz co-apresentadores.
Em Portugal, não há o hábito de fazer piadas com os brasileiros ou outros povos. Sabemos rir de nós próprios, enaltecendo diferenças e rivalidades entre províncias. Para os portugueses, o Brasil é algo de sério.
“Até parece que já chegamos ao Brasil” é uma expressão muito comum em Portugal, usada em casos muito sérios para expressar indignação.