
Foi uma partilha em nome próprio, crua e sem filtros. Isabel Figueira esteve esta manhã no ‘Dois às 10’, da TVI, e abriu o coração sobre um dos períodos mais difíceis da sua vida: um burnout (esgotamento) severo que atravessou há cerca de 15 anos.
A comentadora do V+ Fama, fez questão de partilhar a sua história como forma de alerta para a importância da saúde mental, um tema ao qual é “muito sensível”.
O colapso, como recordou, foi avassalador e deixou-a completamente perdida, “Eu tive, e que é público, tive um burnout há 15 anos. E esse burnout levou-me para uma zona muito difícil, que foi uma zona que tu não sabes como é que vais sair. Não tens ação, não consegues. Não tens ação”, desabafou.
A recuperação, admitiu, foi um processo complexo que exigiu ajuda profissional especializada, algo que defende sem reservas, “Tive um acompanhamento da psicoterapia, foi muito importante na minha vida, que me deu as ferramentas necessárias para que, sempre que eu tenha esses momentos menos bons da minha vida, eu vá buscar essas ferramentas.”
Entre essas ferramentas, destacou o “desejo de um desapego” e a capacidade de “dar importância às coisas que elas merecem”. No entanto, encontrar a pessoa certa foi crucial. “É muito importante teres um profissional que tu encaixes. E eu tive uma médica excecional que me deu as melhores ferramentas do mundo.”
“Não estava bem mentalmente e levava com todo o escrutínio”. Na altura, Isabel Figueira tinha 27 anos e vivia um momento pessoal delicado, logo após a sua separação, o que foi amplificado por uma pressão mediática intensa e, nas suas palavras, “injusta”. A apresentadora não hesitou em classificar o que viveu.
“Fui assassinada, na altura, em praça pública”, afirmou convictamente, “Eu não estava bem e aquilo foi muito complicado, porque não estava bem mentalmente e depois levava com todo o escrutínio que era. E isso foi muito complicado, foi uma recuperação, fui mesmo muito corajosa.”
Isabel detalhou o cenário que enfrentava diariamente, numa altura em que era “uma miúda já mulher”: “Foi a seguir à minha separação e, portanto, estava a levar com tudo o que na altura levava. As capas, as coisas que se escreviam. As capas, os paparazzis à porta. Os comentários, as coisas que eram muito injustas.”
A motivação para sair daquela “zona” escura veio de dois sítios: do filho, ainda pequeno, mas, acima de tudo, dela própria, “E foi muito a vontade da minha parte e coragem da minha parte e querer ficar bem. Não só porque tinha um filho pequenino e porque ele precisava de mim, mas eu, acima de tudo, precisava de mim para voltar a fazer as coisas que faço com paixão e com amor”, explicou. O resultado foi positivo, “E nunca mais voltei para aquele sítio.”
Hoje, Isabel Figueira olha para o passado com orgulho no caminho que fez, mas deixa um aviso claro sobre a fragilidade do equilíbrio mental, “Portanto, a saúde mental é uma linha muito ténue, em que as pessoas muitas vezes não se apercebem. Os profissionais de saúde estão lá para nos ajudar. Aceitem essa ajuda, queiram ser ajudados.”
A atriz concluiu com uma reflexão poderosa, “Não há nada à nossa volta que nos possa ajudar, a não ser nós querermos ser ajudados. Porque se tu queres ajudar uma pessoa que não quer ser ajudada, não vale a pena.”