
Sala quente, quatro ventoinhas no máximo, na terceira sessão do caso, no Palácio da Justiça, em Lisboa, que decorre durante a tarde de hoje, segunda 30 de junho. Garrafas de água vazias amontoam-se nas mesas, Nelson usa uma ventoinha portátil para combater o calor.
Joana Marques, de esferográfica em riste, escreve continuamente num bloco de notas.
A advogada dos irmãos Rosado questionou o locutor da “Prova Oral” da Antena 3 se, alguma vez, a dupla teria estado nomeada nos “Monstros do Ano”, edição anual onde se destacam os vídeos mais hilariantes.
O animador de rádio diz que, em 17 anos, não se recorda. A advogada e o radialista debateram se e é “bom ou “mau figurar na dita gala”. “Ser comparado a uma Maria Leal não é o momento alto de uma banda”, contrapôs a advogada.
“Estou aqui para falar dos Monstros do Ano, que organizo há 17 anos, e da sessão de 2022 para o qual os Anjos estavam nomeados”, disse Alvim que admite ter recebido “um telefonema por parte do Nelson em que ele pedia para retirar um vídeo que foi exibido na gala”. Nessa edição, os Anjos “não ganharam”, gerando gargalhadas na audiência. “Quem ganhou foram as Senhoritas, com Sabão em Pó“. E acrescentou: “Isaltino Morais, Marcelo Rebelo de Sousa, Cristina Ferreira foram alguns dos vencedores dos Monstros do Ano em edições passadas. Para os Anjos possivelmente não haveria comicidade no vídeo, mas para nós houve”.
Fernando Alvim acabou por aceder ao pedido de Nelson “Pediu-me para retirar o vídeo, disse que não fazia sentido, que os prejudicava e, na verdade, eu já tinha feito a cerimónia principal, já pouco usava o vídeo, achei que não havia problema nenhum em retirá-lo dos outros vídeos”, disse em frente à juíza.
Depois de Alvim, foi chamado o representante dos Anjos, da empresa Senhores do Ar. “Tínhamos concertos em França e no Luxemburgo que acabaram por cair e ainda hoje pagamos a fatura por este assunto”, explicou António José Pereira Gomes, que recebe 10% líquidos da faturação dos concertos.
“Tínhamos concertos em França e no Luxemburgo que acabaram por cair e ainda hoje pagamos a fatura por este assunto. Tentámos produzir os espetáculos desmarcados”, revela. No ecrã na sala de audiências foram exibidos documentos de contratos cancelados, nomeadamente um que pressuponha pagamento de 14 mil euros, mais IVA. António Gomes diz que “incidente foi pejorativo sobre a imagem e prejudicial na carreira”, tanto dos Anjos como da Senhores do Ar: “Se eles não trabalham eu não ganho. A senhora Joana Marques foi à Júlia, na SIC, e no dia a seguir foi-me cancelado um espetáculo que tinha sido confirmado pelo agente. E a Câmara cancelou. É coincidência…”