João Mota: “Sou cada vez mais feliz”
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Esteve três meses no Brasil a tirar cursos de formação. O que fez por lá?
Foram três meses em que optei por fazer vários workshops que foram aparecendo, nas áreas de televisão, teatro e cinema. Claro que deu para passear, mas o meu foco quando fui para lá foi essencialmente investir na formação.
Porque se decidiu pelo Brasil?
Estava indeciso entre os EUA e o Brasil, porque são países onde a representação em termos de formação é mais forte. Escolhi o Brasil por estar mais à vontade com a língua, ia lá estar três meses e guardei os EUA para um dia mais tarde, quando tiver mais tempo e mais economias.
E investiu no teatro, TV e cinema…
Não nos devemos especializar apenas uma área. O teatro é a escola base da representação e com o qual eu não tinha tido um contacto grande e decidi fazer mais cursos nessa área para ter as bases bem consolidadas. Os cursos que fiz cá nunca foram virados para teatro, foram mais para televisão e cinema. Lá tive essa oportunidade e aproveitei.
O que trouxe na bagagem?
Muitas coisas boas. No fundo, consegui trabalhar várias técnicas. Consegui ficar mais à vontade enquanto ator, trabalhar melhor as personagens. Fiquei com bases muito consolidadas. Hoje em dia, se agarrar uma personagem, vou saber trabalhá-la de uma forma que não sabia quando estava nos ‘Morangos’.
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Quer dizer que não saboreou a experiência dos ‘Morangos’?
Os ‘Morangos’ são uma escola e aprendi. Mas tendo em conta que foram dois meses de gravações, foi muito curto. Tendo em conta que foi a minha primeira experiência e toda a pressão que estava em volta no meu nome e da minha participação foi complicado dar o máximo. Agora, se as coisas correrem bem e voltar a agarrar um projeto vai tudo correr melhor.
Ponderaria trabalhar no Brasil?
Nem ponderava, ia logo. É um dos meus sonhos. Se o meu sonho é a ficção, tem de passar pelo Brasil. Quem sonha por baixo não é feliz.
O que se segue agora?
Tenho feito alguns trabalhos de moda e comecei a tirar um curso de inglês. O facto de não falar muito bem inglês fez com que tivesse escolhido o Brasil para fazer os cursos de formação.
E projetos na televisão já surgiram?
O mercado de inverno ainda não fechou [risos]. Vamos ver.
Tem feito trabalhos de moda mas é na representação que quer estar?
Exato. Quero fazer ficção, foi sempre o meu foco. E é isso que há dois anos venho a perseguir e vou continuar a perseguir até conseguir ter a minha oportunidade para mostrar o que realmente valho.
Tornou-se conhecido na ‘Casa dos Segredos’. Parecia ser uma aposta
da TVI…
O que a TVI teve para mim eu fiz. A vida continua mas acabou por ser bom porque, se na altura eu tivesse um projeto não estava tão preparado como agora. Acredito que as coisas acontecem quando têm de acontecer.
Há dois anos conhecemos um miúdo que ganhou a ‘Casa dos Segredos’. Quem é hoje o João Mota?
É o mesmo só que com alguma experiência. Passaram-se dois anos em que se aprende muita coisa. Tenho tudo o que sempre tive mas vejo com um olhar diferente, mais maduro. Hoje se calhar tenho mais cautela no que faço, na forma como me apresento. Foram dois anos de formação a nível pessoal e profissional. Daqui a dois anos vou ser o mesmo João Mota mas ainda mais maduro, mais forte com certeza.
Como tem sido o percurso na moda ?
A moda nunca foi o meu objetivo. Não tenho perfil de manequim, o meu objetivo sempre foi ser ator. De facto, têm surgido trabalhos e isso é sempre bom. Alimenta-nos o ego.
Quando entrou para a ‘Casa dos Segredos’, o que esperava?
O que queria e que acho que consegui era chegar a pessoas que me direcionassem e que me ajudassem. Essa foi a minha grande vitória a nível profissional. O que quis consegui.
Esteve na gala do ‘Desafio Final 1′, mas não entrou e até o acusaram de ser arrogante…
Não fazia sentido. Já não tinha nada para dar. Não ia dar audiências. Tenho objetivos muito fortes que me prendem todos os dias e não posso fugir deles. As pessoas que gostam de mim sabem como eu sou como pessoa e como profissional e só essas pessoas me interessam.
Deixou o Algarve para ir para Lisboa estudar Gestão e, depois da ‘Casa dos Segredos’, ficou por lá. Como foi a mudança?
Tudo o que acontece a nível profissional é em Lisboa e está a correr bem. No fundo, trabalho com amigos, o que torna as coisas muito fáceis. Também sou uma pessoa que gosta de trabalhar, trabalho desde os meus 12 anos, por isso, gosto da minha vida nova.
Tem saudades da praia?
Não, porque sempre que posso estou na praia. Nasci na praia e hei de morrer na praia. Vou ao Algarve sempre que posso, estou com a minha família, com os meus amigos. A minha terra está sempre no meu coração e vou lá sempre que posso. Tenho de fugir sempre para lá.
É o seu refúgio?
É lá que estão as minhas origens e quem não sabe de onde vem não sabe para onde vai.
Conseguiu ajudar os seus pais, ao abrir um restaurante. Está a correr bem?
No inverno, as coisas não funcionam tão bem mas posso gabar-me que é um dos restaurantes que está aberto o inverno praticamente todo. Os meus pais estão felizes.
Como é que os seus pais têm visto o seu percurso?
Eles confiam em mim, tenho noção que sou um grande apoio para os meus pais. Conforme vou crescendo e amadurecendo, vou tomando conta deles. E eles tomam conta de mim no que diz respeito a serem as pessoas que me dão mais moral, mais me ajudam. Eles continuam a aconselhar-me e são as primeiras pessoas a quem ligo quando tenho um trabalho, uma dúvida, alguma insegurança.
A sua vida vai voltar a passar pelo Algarve?
A minha vida já passou pelo Algarve e há de sempre passar pelo Algarve. Foi lá que nasci e, como digo, é lá que estão as minhas origens. Tenho sempre de voltar lá, nem que seja para ver a minha praia.
Namora há dois anos com a Mariana Monteiro. Tem sido fácil viver uma relação mediática?
É verdade que somos conhecidos mas o importante é que eu gosto da Mariana. É verdade que é diferente porque as pessoas reconhecem-nos na rua. Nunca escondemos a nossa relação, simplesmente não fazia sentido, no início demonstrar que tínhamos uma relação porque não sabíamos no que ia dar. Quando as coisas se consolidaram e se tornou numa relação com bases e com tudo para sermos felizes, valeu a pena mostrar que estamos juntos. E continuamos muito bem.
A Mariana dá-lhe conselhos?
É claro. É atriz há oito anos, a melhor da sua geração. Mas eu também lhe dou conselhos. Não sou ator há tantos anos como ela, mas tenho 23 anos e alguma experiência de vida que muitos jovens da minha idade não têm. Apoiamo-nos e estamos sempre um para o outro.
Foi fácil começar um namoro com as polémicas em torno da Fanny?
Nunca é complicado começar uma relação. O facto de sermos conhecidos traz um pouco mais de pressão. Mas quando as coisas são boas e existe amor de ambas as partes, tudo o que está à volta deixa de interessar. E foi aí que nos focámos.
Considera que é um homem feliz?
Muito feliz. Com todas as realizações pessoais e profissionais que tenho tido nos últimos anos, sou cada vez mais feliz.
A Mariana é um dos seus pilares?
Claro que sim. É a pessoa que está a meu lado, a minha namorada. Sem dúvida que é um dos meus pilares, assim como a minha família e amigos mais chegados.
Como é vê-la na televisão a fazer cenas românticas com outros atores?
Tenho de perceber que faz parte do trabalho de ator, tenho de aceitar apesar de não gostar muito.
O casamento faz parte dos vossos planos?
O casamento nunca me fascinou. É um contrato e eu nunca gostei de contratos, a não ser que sejam milionários. Nunca me fascinou assinar um papel para dizer que amo uma pessoa. Não sei, um dia mais tarde, quando tiver 50 anos, por agora não faz parte dos meus planos. Tenho 23 anos, gosto da Mariana e vejo um futuro muito promissor para nós, mas não é por isso que temos de casar. O único contrato que assino é com a minha mãe e mesmo assim [risos]…
Qual é o seu sonho?
O que eu pedi para 2014 foi saúde e gostava que a nível profissional as coisas se concretizassem. E vai acontecer.
Não tem acontecido porquê?
Porque não tem de acontecer. É este ano que vai acontecer. Claro que eu queria que tivesse acontecido há dois anos, o ano passado mas não aconteceu porque Deus sabia que eu não estava minimamente preparado. E, neste momento, se calhar estou preparado e irá acontecer. Acredito que quando tiver de acontecer, acontece.
Manifestou nas redes sociais a tristeza de ter perdido um amigo, Pedro Negrão, o estudante universitário que morreu no Meco. Como tem acompanhado esta tragédia?
Apesar de não ser uma pessoa muito próxima, era da minha turma na Lusófona, jogávamos à bola juntos, falávamos bastante e, sem dúvida, foi uma perda muito triste. Tenho estado a par de todas as notícias. Foi uma tristeza muito grande porque era praticamente da minha idade. Tinha acabado o curso de Gestão comigo. Parece que ainda o estou a ver na faculdade e agora faleceu.
Tinha conhecimento deste tipo de praxes?
Nunca fui muito de praxes, aliás nem tinha o traje académico. Achava que a faculdade era para estudar e não para brincadeiras. Fui praxado quando entrei, pintaram-me, andei com um candeeiro mas nunca me passou pela cabeça que existissem praxes perigosas. Tenho muito respeito pelo mar, porque é uma força da natureza e não se brinca com o mar, muito menos à noite.
E conhecia o ‘Dux’ João Gouveia, o único sobrevivente desta tragédia?
Não conhecia mais ninguém, a não ser o Pedro.
in correio da manha