Aos 58 anos de idade, José Carlos Malato assumiu-se como “não-binário”.
Uma identidade de género não-binária deve-se ao facto de a pessoa não se identificar com os géneros masculino e feminino, independentemente de esse ser ou não o seu sexo biológico.
A informação foi disponibilizada pelo próprio apresentador de televisão na biografia do seu perfil no Instagram, onde é seguido por mais de 50 mil pessoas. “Não dou entrevistas!“, alertou.
Entretanto, na madrugada desta quinta-feira (1), Malato explicou: “Ser não-binário é uma questão de princípio ativista, pelo menos para mim. Acredito que a dualidade masculino/feminino ou outro está presente nos seres humanos apesar da cultura fascista e da sociedade patriarcal a tentarem esmagar. Isso significa que a minha identidade de género e expressão de género não são limitadas ao masculino e feminino. Estão para além desse espartilho maniqueísta. Por exemplo, ao nível da linguagem, dizer que se está ‘cansada’ é mais forte, semanticamente, do que ‘cansado’. ‘Sou portuguesa! Portuguesa concerteza’ – verso de Rosa Lobato de Faria – expressa melhor o que eu sou do que “sou português” ou “Sou um homem. Assim o provam as calças!”, como tão bem disse Ary dos Santos“.
“Esse não-binarismo está até presente nas insondáveis palavras do Papa João Paulo I quando afirma que “Deus é pai e mãe”. O meu ‘não-binarismo-pessoal’ é uma forma de dar representação e visibilidade a todos/todas/todes que sentem/ são assim! É o meu dever enquanto megafone que detém algum poder de fala na sociedade portuguesa. É também uma demonstração de empatia com todes os que sentem como eu e um manifesto contra todas as formas de discriminação e violência que muit@s sofrem/sofremos todos os dias!“, acrescentou.
“Numa era marcada pelo terrorismo das redes sociais! Ninguém pode ser quem não é. E ser quem se é não prejudica ninguém. E a mais ninguém diz respeito! Disse! #josecarlosmalato“, rematou.
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