José Cid esteve no podcast “Posto Emissor” da ‘Blitz’ e arrasou Madonna.
“As Câmaras que me convidam sabem que eu não vou fazer os air loops, samples, MIDI files, playbacks, voice tuners, que há muita gente que faz e admito, mas que me recuso a fazer porque não preciso. Se posso tocar porque é que hei de cantar por cima de uma voz já gravada?”, começou por dizer.
O artista, de 82 anos, apontou para a existência de “muitas novas gerações que não passam sem esses efeitos, é tudo um bocadinho fake”, no entanto, “Há também uma nova geração que já procura a originalidade, que gostam de ouvir os músicos tocar”.
“É uma alternativa, que espero que perdure. Senão qualquer dia mais vale ir para palco ir fazer playback total. Já chega a Madonna”, atirou. “Quando me perguntaram se queria fazer um dueto com a Madonna, disse que sim, mas no palheiro, na altura em que ela não tinha botox ainda e era toda giraça. A Madonna veio trazer aquilo que é o ‘fake’ da música, se ainda fosse ‘funky’ era boa ideia, aquele artificial… fui vê-la a Coimbra, no Estádio de Coimbra [em 2012], e metade das pessoas saíram porque se percebeu que era playback”, recordou.
“Veio esta escola que ela trouxe atrás. Ela é tanto a rainha do Pop como eu sou o rei da Patagónia, ela não é rainha do Pop nenhum, a rainha do Pop era a Tina Turner, que assimilava coisas que vinham do jazz e dessas áreas e cantava como uma leoa. Não confundam o Benfica com o Sacavenense, como costumo dizer”, acrescentou.