José Mourinho perde dinheiro na Luz, e diz tudo preto no branco: “Podia estar a ganhar mais no sofá, mas escolhi o Benfica”
Treinador garante que poderia ficar em casa a usufruir da família e ainda assim receber mais. Preferiu arriscar e voltar a lutar por títulos.

José Mourinho voltou a ser José Mourinho: frontal, direto, mas também humano e transparente. Perante os jornalistas, o treinador não se escondeu atrás de lugares-comuns e explicou, sem rodeios, porque aceitou o desafio de orientar o Benfica.
“Eu, mais uma vez, ou acredito em mim, ou não acredito em mim”, começou. A frase resume bem a forma como encara este regresso ao futebol português: como um risco calculado, mas necessário.
Mourinho não esconde que a escolha não foi financeira, bem pelo contrário. “Se ficasse em casa até ao final da época, ganhava mais do que a trabalhar no Benfica. É simplesmente assim”, confessou. E repetiu, para não deixar margem para dúvidas: “Nem sequer se pode dizer que eu estou cá grátis. Eu estou cá negativo. Negativo.”
O que o trouxe então? O gosto pelo jogo e a saudade de competir por títulos. “Na Roma não pude jogar para o título, no Fenerbahçe também não. Tinha saudades de jogar para aquilo que o Benfica joga”, explicou.
Entre estar em Londres com a família, viajar, descansar ou arriscar em Lisboa, Mourinho não hesitou. “Estar em casa não é para mim. Pôr-me à prova, correr riscos, estar sujeito a ganhar, a perder… são coisas que me alimentam, que me tiram da zona de conforto.”
E fez questão de deixar clara a sua verdade: “Eu bem sei que uma mentira repetida, repetida, repetida, as pessoas pensam em determinado momento que é verdade. Mas aqui não há volta a dar: se eu ficasse em casa até julho, ganhava mais do que a trabalhar no Benfica. Esta é a verdade pura.”