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Luís Aleluia “pediu socorro”: “a dor ganhou contra tudo, e estar vivo deixou de ser possibilidade suportável”

Marta Rebelo deixou um apelo: "Se a dor está a ganhar, grite por ajuda".

Luís Aleluia despediu-se da vida a 23 de junho de 2023, há um ano. A data motivou uma reflexão de Marta Rebelo sobre a saúde mental.

A antiga deputada socialista e atual ativista e consultora de saúde mental começou por escrever nas redes sociais: “Luís Aleluia suicidou-se há 1 ano. Lidaria com uma #Depressão. Em 2023, +900 mil pessoas suicidaram-se, 17 milhões tentaram, 90/95% tinham problemas de #SaudeMental. O que mudou desde então? Nada. Alguém perguntou sobre o ator: “Porque é que não gritou por socorro?” – E vocês ouviam? Diziam-lhe o quê, que “tinha tudo”, para “sair dessa”, “apanhar sol”, “desanuviar”, “pensar em tudo o que tinha”? Faziam o quê, largavam tudo, suspendiam o dia, corriam na sua direção e fosse lá como fosse arranjavam ajuda especializada? Eram capazes de sair do cásulo estigmatizado em que socialmente vivem, despir todo os #Preconceitos e #Estereótipos em torno da #DoençaMental, e ajudar?”.

Lamento informar: o Luís Aleluia pediu socorro. À maneira dele, à sua volta, com os decibéis que lhe permitia o desespero, a dor, a desesperança, o auto-estigma – e o #ESTIGMA de todos nós. Até que a dor ganhou contra tudo, e estar vivo deixou de ser possibilidade suportável. Os nossos sentidos vão aos Olímpicos da desvalorização, da inacção, do “isto já passa” ou do “é inevitável”. Por medo, e porque não aprendemos melhor”, prosseguiu.

“Mas vamos muito a tempo de aprender: 1) não silenciem o vosso instinto – somos bichos, já dependemos dele para sobreviver. Se o instinto vos diz que alguém não está bem, acreditem; 2) não confiem nas aparências – as doenças mentais são silenciosas e auto-silenciadas. Uma parte muitíssimo significativa dos deprimidos são funcionais – sei do que falo, fingi eficazmente décadas. Da mesma forma, acharem que alguém “tem tudo” está longe da verdade; 3) fale-se sobre o #Suicidio e as doenças mentais – durante séculos vingou a tese de que falar do suicídio promove o suicídio. Que estupidez! Prevenir é falar sem estigma e com #Empatia, criar relações nas quais estamos seguros para dizer “não aguento mais, ajuda-me”; 4) somos todos primeiros-socorristas de saúde mental – mesmo sem escola“, acrescentou.

Se a dor está a ganhar, grite por ajuda com o ar que sobre nos pulmões, um sussurro. Eu sei que é difícil ficar cá. Mas garanto que isto melhora e é bom viver“, apelou. “24.06.24 = 409.000 suicídios. Ontem fui eu. Hoje são tantos. Amanhã podes ser tu, o teu pai, a tua filha. Temos de fazer tão MELHOR”, rematou Marta Rebelo.

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