José Castelo Branco tem dominado as atenções nos últimos dias após ter sido acusado de violência doméstica pela mulher, Betty Grafstein, de 95 anos.
Betty Grafstein alega que foi empurrada pelo marido e que “o comportamento abusivo – físico e psicológico – é recorrente”. Posteriormente, surgiram em público vários testemunhos de alegadas agressões antigas.
Luís Osório dedicou o seu “Postal do Dia”, no Facebook e na Antena 1, ao polémico caso: “O que leva uma mulher como Betty a escolher um homem como Castelo Branco? A vida pode ser mais indomesticável do que a imaginação. Dentro da nossa cabeça podemos ser ricos quando somos pobres, podemos ser felizes quando parecemos estar condenados à tristeza, podemos amar alguém quando ao nosso lado se deita uma pessoa que não já não suportamos, mas não é sobre essa vida ou imaginação de que escrevo. Falo de uma outra. Da vida de todos os dias, do que nos obriga a cometer erros que pouco têm a ver com a nossa essência, de acontecimentos improváveis que nos atropelam como se tivéssemos deixado de pensar ou de ter mão em nós”, começou por escrever.
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“Veja-se Betty Grafstein. No que foi a sua história, nas pessoas que conheceu, nos países que visitou, no poder que conquistou com inteligência, no que teve de sofrer, resistir e voltar a ganhar. Como é que uma mulher como esta se sujeitou a um teatro de segunda ou terceira categoria? É como se uma cantora da Broadway acabasse a sua vida a cantar no Centro Comercial da Bobadela, sem menosprezo pelo cheiro do Trancão“, prosseguiu.
“Betty foi adotada em bebé e só soube disso a poucos dias de fazer 18 anos. A família inglesa ofereceu-lhe boas possibilidades, a mãe adotiva era dama de companhia da Rainha Mary, avó da futura Rainha Isabel II. Soube que fora adotada quando casou ainda menor. Foi viver para Nova Iorque onde deu à luz o que viria a ser o seu único filho. E com ele nos braços foi abandonada por um marido que nunca mais voltaria a ver. Pegou no seu bebé e fez-se à vida. Trabalhou numa fábrica de refrigerantes e por orgulho nunca pediu ajuda aos pais adotivos que a tinham desaconselhado a casar. Por um mero acaso ou destino conheceu um influente e carismático negociador de diamantes que a protegeu e lhe escancarou o mundo. Albert tinha 49 anos e ela 21. Betty não se limitou a viver uma vida de milionária. Quis aprender. Quis ajudar o marido a multiplicar o que tinha. Começou a desenhar joias, a negociar e a diversificar negócios. Conheceu o mundo e o poder do mundo – privou com presidentes americanos, com a Rainha de Inglaterra, com os Onassis desta vida. E os dois apaixonaram-se por Portugal e por Sintra. Quando Albert morreu, Betty já tinha o seu pequeno império e continuou a trabalhar e a estar uma parte do ano em Portugal. Era bonita e luminosa. Extravagante e com um sentido de humor que desarmava. Conheceu José Castelo Branco e casou numa Conservatória em Loures, quase há trinta anos“, recordou.
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“Não faço qualquer juízo de valor sobre o que se tem falado, veremos o que acontece. Pergunto apenas da razão que levou uma mulher forte e milionária, uma mulher que conheceu e privou com gente excecional, uma mulher que com coragem assumiu as dificuldades que a vida lhe propôs… o que a levou a sujeitar-se à farsa decadente de um circo de subúrbio? O que a levou a sujeitar-se a um homem como José Castelo Branco?“, rematou o jornalista e escritor.
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