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Luís Osório sobre Bruno de Carvalho: “É mal-educado, misógino, arrogante, ordinário e desajustado”

"Bruno de Carvalho no “beat” – brincadeira tem hora limite" é o título da crónica.

Bruno de Carvalho foi o mais recente visado no ‘Postal do Dia’ do jornalista Luís Osório: “Bruno de Carvalho no “beat” – brincadeira tem hora limite” é o título da crónica.

“Bruno de Carvalho não tem um passado que o recomende. É mal-educado, misógino, arrogante, boçal. No Sporting foi incendiário, virou sportinguistas contra sportinguistas, insultou árbitros, jogadores, dirigentes. Ameaçou jornalistas, tornou as assembleias gerais um palco de guerra e humilhação para quem se atrevesse a pô-lo em causa e pediu aos adeptos para lerem apenas os jornais que ele dissesse que podiam ser lidos”, começou por escrever.

Bruno de Carvalho tem tendências ditatoriais, detesta opiniões contrárias; se tem um bocadinho de poder a sua tendência é a de pegar fogo ao mundo. Acha-se especial e superior. É ordinário e desajustado. Utilizou bastas vezes as redes sociais para atacar este ou aquele ou esta ou aquela. Quem não se lembra do que foi dizendo, do que foi insultando, do que foi humilhando figuras importantes e menos importantes, mediáticas e menos mediáticas. Depois participou num reality show. Um pirata com voz inconfundível. Uma parte do país parou para o ver a gritar, a cozinhar, para o ver a odiar ou apaixonado, para o ver desesperado e agressivo para uma mulher, para o ver a pedir desculpa ou a abrir os olhos para engolir quem o desafiava”, prosseguiu.

Definiu os inimigos como “reles”, “porcos” e “nojentos”. Foi um populista antes do populismo chegar em força a Portugal. Conquistou o Sporting, a maioria dos sócios acreditou que isto já não ia lá com falinhas mansas, o clube precisava de alguém que falasse grosso. Depois foi a invasão de Alcochete. Bruno de Carvalho não foi considerado culpado pela justiça, mas de alguma maneira a agressão a atletas por malta das claques fê-lo cair em desgraça. E o país viu-o a cair em desgraça. Quando o seguíamos em direto no Instagram, em longas madrugadas de ajuste de contas, percebemos que não estava bem. Que podia acabar mal. Ou acabar ainda pior”, acrescentou.

Megalómano. Egocêntrico. Mimado. Intolerante. Machista. Violento. Um tipo imprestável. No entanto… Quando vejo Bruno de Carvalho a dançar “Kuduro” ou a pôr música em discotecas de província ou a dar opinião em programas da tarde sobre figuras do jet set ou a fazer vídeos que de tão maus são bons, confesso-te que vacilo. Porque ele é tudo o que disse antes, mas também é outra coisa que é tão rara nos tempos que correm, tão difícil de encontrar… é único e genuíno. Faz-me rir. Faz-me admirar a sua capacidade de se estar a borrifar para tudo – para o que pensam, para os julgamentos, para o estatuto, para tudo. E isso é incrível e desarmante. Mesmo que dele não gostemos, mesmo que possa chocar as pessoas, mesmo que seja uma besta, Bruno de Carvalho é uma criança grande que, apesar de ser mimado e de roubar a bola às outras crianças no recreio, é diferente de todo o rebanho. Está condenado a ficar no “Beat” porque para ele acabou-se a brincadeira, está por sua conta e sem rede. Absolutamente sozinho. Deliciosamente contra um mundo que ele talvez acredite que não o compreende ou merece”, rematou Luís Osório.

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