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Luís Osório sobre a última polémica de Cristina Ferreira: “É preciso que se diga que teve razão. Há mulheres que se põem a jeito”

A apresentadora esteve 'debaixo de fogo' nas redes sociais.

Cristina Ferreira esteve ‘debaixo de fogo’ nas redes sociais devido a uma afirmação no programa “Dois às 10” do passado dia 2 de junho, em direto na TVI.

O caso de Conceição Figueiredo, de 69 anos, que foi encontrada sem vida em Mortágua, cerca de duas semanas depois do seu desaparecimento em Oliveira do Bairro, esteve em destaque na rubrica ‘Atualidade’. Jair Pereira, de 54, ex-namorado da vítima, que ainda está desaparecido, é o principal suspeito, uma vez que os dois foram vistos pela última vez numa dancetaria.

Porque eu não sei se esta mulher, depois do baile, entrou num carro com ele e aí, se calhar, é que se pôs a jeito para que isto acontecesse. E, portanto, hoje em dia é mesmo não confiar em ninguém, nem na pessoa de quem mais gostamos. Lamento dizer isto, mas é verdade. E sabíamos que a São já não queria grandes coisas com este homem, mas supostamente acabou morta”, disse Cristina Ferreira.

A expressão “pôs-se a jeito” fez estalar a polémica e a apresentadora prestou um esclarecimento através do Instagram: “A frase ‘pôs-se a jeito’ usada, no contexto, tinha tudo menos o propósito de culpabilizar a mulher, aliás o que se pretende é exatamente o contrário. Retirada do contexto, a frase, provocou uma avalanche de partilhas e discurso de ódio, que vão exatamente no sentido contrário daquilo que apregoam algumas das vozes que se manifestam no combate à violência” (tudo aqui).

O jornalista Luís Osório reacendeu a polémica com um ‘Postalinho’ publicado esta quinta-feira, 12 de junho, nas redes sociais. “Valorizo o que Cristina Ferreira conquistou e não me identifico com algumas coisas que fez ou representa. Porém, é preciso que se diga que teve razão num comentário que quase a condenou ao pelourinho. É espantoso como uma parte de nós é capaz de rebentar com pessoas por causas de frases fora do contexto, por não pensar sobre o que se disse ou por sermos, cada vez mais, ovelhas num rebanho que só parece fazer sentido quando faz “mééééé” ao mesmo tempo”, começou por escrever.

É verdade que há mulheres que se põem a jeito para que as tragédias aconteçam. Não por usarem roupas provocantes – era só o que faltava. Não por desejarem impor a sua vontade – era só o que faltava. Não por elevarem a voz, discutirem ou quererem ser respeitadas – era só mesmo o que faltava. Também não por terem culpa, são absolutamente inocentes. Mas quando um homem é violento, quando desde o primeiro momento é doentiamente possessivo, quando trata a mulher como se fosse sua exclusiva propriedade, quando humilha e maltrata, quando ameaça… quando tudo isso acontece e a situação se prolonga, quando com todos os indícios a mulher se mantém ou acredita que deve oferecer ao animal que tem em casa mais uma oportunidade, quando alguém que namora com uma besta quadrada continua a fazê-lo, quando alguém entra no carro de um homem que constantemente a ameaça por achar que nada de mal irá acontecer… desculpa-me, mas está a pôr-se a jeito“, acrescentou.

“Não por poder ser cúmplice do crime ou atenuar a bestialidade do cobarde que tem ao lado. Mas por acreditar em quem não merece. Por prolongar situações por achar que tudo será diferente amanhã. Por insistir no erro quando no seu íntimo sabe que a situação a leva a um beco sem saída. Não se pode dar segundas oportunidades a pessoas imprestáveis. Um canalha será sempre um canalha, um cobarde será sempre um cobarde, um homem violento será sempre um homem violento. Há muitas coisas que não podemos controlar. E as mulheres são vítimas todos os dias do que não controlam. Já lhes basta morrerem às mãos de pessoas que as surpreendem numa noite que não previram. Não aumentem a possibilidade de o inferno ser eterno. Sai enquanto é tempo“, rematou.

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