Manuela Moura Guedes reage a puxão de orelhas de Luísa Sobral
Luísa Sobral foi dura nas palavras dirigidas à jornalista...
Luísa Sobral não gostou de uma publicação recente de Manuela Moura Guedes sobre a presença de Cristina Ferreira na Web Summit. (aqui)
A jornalista Manuela Moura Guedes tinha comentado assim a rubrica de Joana Marques na Renascença: “Confesso que eu fiquei entre o muito divertida e o extremamente envergonhada… Sabem? Aquela sensação de confrangimento quando nos pomos na pele de alguém que não tem noção das coisas que diz. Revela também bastante sobre a Web Summit” (aqui).
Agora está o «esclarecimento»:
Esclarecimento sobre uma mensagem pública
Luísa, não a conheço e confesso que tive de verificar se era a irmã de Salvador Sobral. Não leve a mal mas, actualmente, é muito raro “frequentar” redes sociais. Ao abrir o Google, vi que alguém tinha feito eco da sua missiva que me era dirigida. Fiquei admirada por ter escolhido o Instagram para me dizer, a mim, o que pensava sobre um desabafo meu. Podia ter mandado uma mensagem… é o que eu faço quando tenho algo a dizer a alguém, em particular.
Ao expressar a minha opinião, faço-o abertamente para toda a gente que a queira ler ou ouvir, sem me escudar em recados. É claro que nem todos entendem a liberdade de expressão, a necessidade de sentido crítico ou de posicionamento face a acontecimentos mais ou menos relevantes da vida do País. Foi devido a tudo isso que me afastei bastante destes locais de diálogo com interlocutores que podem interpretar de todas as maneiras o que escrevemos.
É muito cansativo e, na maior parte das vezes, infrutífero. No entanto, talvez porque é irresistível, lá digo uma coisa uma outra, sabendo de antemão que haverá sempre quem veja intenções tenebrosas por detrás do que escrevo. Sabe? São muitos anos a estar exposta a críticas ( do mais variado e impensável) e a saber distinguir o que vale e o que não vale a pena reter, embora, muitas vezes seja até salutar e, mesmo divertido, ver o que se diz – ajuda a compreender as pessoas e o País. Prezo muito a inteligência e o sentido de humor, essenciais para se avaliar seja o que for, principalmente situações ridículas com que nos deparamos diariamente, envolvendo-nos ou não.
É muito importante e saudável que uma sociedade esteja apta a conviver com a crítica e não a confunda com mais nada, sem isso não há Liberdade nem Democracia . A tendência actual para encaixar tudo, gratuitamente e sem critérios sérios, em categorias como o bullying, o racismo ou a descriminação é muito perigosa porque tem como objectivo anular a liberdade de expressão, impondo-nos padrões de comportamento. E que venha a primeira pessoa a acusar-me de qualquer um destes comportamentos!
Não resisto, volto a frisar, a dizer o que penso quando há situações injustas, de má gestão pública ou ridículas, das que envergonham enquanto seres pensantes e enquanto mulheres. Não é passando em claro que se defende a igualdade de género, é precisamente, chamando a atenção para comportamentos criticáveis que mostramos que o particular não deve ser confundido com o todo.