Rita Pereira já acabou as gravações da novela da TVI, ‘Quero é Viver’, e mudou radicalmente o visual.
Só que a atriz da TVI, Rita Pereira, está a ser muito criticada após a mudança à sua imagem de forma a fazer o luto à personagem. Está a ser acusada de ‘apropriação cultural’.
Alguns dos comentários nas redes: “Farta dessa Rita Pereira. Isso chama-se apropriação cultural caramba!” ou “Farta de não ter ninguém que lhe diga que ela só parece palhaça com tanta apropriação”.
O companheiro de Rita Pereira, Guillaume Lalung, já saiu em sua defesa, “Tu és linda meu amor O facto de ela ter dreadlocks não significa que ela está a tentar apropriar-se da cultura”.
Rita Pereira surge a cantar, ‘Sou Filha da Tuga’ – da cantora Irma, e levou com um comentário, que respondeu logo a seguir, “[…] querida, essa descrição da música não faz sentido nenhum. Tu não és preta para os brancos, vocês nunca vão ser pretos, nunca, e nunca vão saber o que é ser preta principalmente aqui em Portugal”.
A atriz da TVI não gostou e respondeu: “Mas quem disse que sou preta para os brancos?! Estou a cantar, não estou a dizer que eu sou a letra desta música. Não sou preta, eu sei, nunca o serei, eu sei, mas admiro a cultura, vivo a cultura desde que nasci, defendo e respeito. Não entendo realmente este ataque“.
A polémica foi notícia em Angola e Rita Pereira já reagiu: “Obrigada aos 340 comentários de angolanos a defenderem-me. Continuarei com as minhas twist lindas até me apetecer, honrando a cultura africana com todo o respeito e admiração que tenho pela mesma“ (aqui).
Maria Sampaio, atriz e cantora, veio comentar o assunto: “Ai filha para onde tu vens… Há algo de muito errado no ser humano! Se alguém marginalizado diz que se sente ofendido porque é que o ser humano maioritariamente no lugar de privilégio que erra, muitas vezes por falta de conhecimento mesmo, em vez de tentar perceber e pedir desculpa, tenta escudar-se , defender-se, chorar em silêncio, muitas vezes até vitimizar-se em vez de só tentar compreender o ponto de vista de quem sofre de verdade e só humildemente aprender a pedir desculpa? Todos erramos e tá tudo certo! Mas vamos aprender com os nossos“.
“Há cinco anos fiz ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’ e, consequentemente fiz ‘black face’ mais que uma vez! Não tenho de me escudar e de fingir que não fiz nada! Errei! Não devia ter permitido que isso acontecesse…“, confessou. “Temos de parar de roubar o lugar de fala de quem realmente sofre! Podemos e devemos lutar lado a lado, mas saber quando e como podemos intervir!“, apelou.
“Mesmo sendo casada com uma pessoa negra, não sabia o peso e o quão ofensivo a minha ação era! Isto mostra que não é por ter um amigo negro ou marido negro, ou até pai negro que se está consciente do quão ofensivo os nossos atos podem ser!“, prosseguiu.
“Também fiz uma vez na minha vida tranças, as primas do Gonçalo fizeram-me no meu casamento. Se hoje voltaria a fazer? Não, não faria! Se posso fazer… até posso… ‘porque sou livre’, como tanto ouço por aí, mas também sou livre para poder roubar e não é por isso que o faço!“, atirou.
“É o meu estado de consciência de hoje que não me permite sequer querer usar! Se julgo as pessoas brancas que o fazem? Não julgo, nem sou ninguém, nem é o meu lugar de fala para o fazer! Se posso partilhar o porquê de não fazer sentido para mim nunca mais usar, enquanto uma luta continua, enquanto outras ainda nem foram aceites e que não é uma moda? Posso!“, argumentou.
“Para brancos é só uma moda e a nossa vida continua igual. Num lugar de privilégio, como sempre! Para pessoas negras não. (…) É muita dor envolvida para eu usar só como trend! É isto que sinto! Mas como digo isto não é um julgamento! É uma partilha de sentimentos!“, rematou Maria Sampaio.
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