Miguel Sousa Tavares deu que falar devido aos comentários sobre Marina Manchete, a primeira mulher trans eleita Miss Portugal.
No “Jornal Nacional” da passada quinta-feira, 26 de outubro, em direto na TVI, Miguel Sousa Tavares disse: “Não foi ela que ganhou o concurso, foi uma operação – ou várias – de cirurgia plástica e medicina molecular. É por isso que foi eleito. O júri apreciou o resultado de sucessivas operações plásticas que correram bem e tratamentos moleculares ou celulares. E é esse o resultado“.
O escritor acabou por questionar José Alberto Carvalho: “Tu casavas-te com esta mulher?“. O pivô ficou atrapalhado e respondeu: “Não, não. De todo. E tu também não…“. O apresentador José Carlos Malato foi uma das vozes de indignação nas redes sociais (aqui). Entretanto, José Alberto Carvalho já pediu desculpa em direto (aqui).
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Esta quinta-feira, 2 de novembro, Miguel Sousa Tavares reapareceu nos ecrãs da TVI e foi confrontado em direto por Sandra Felgueiras sobre o assunto: “Não sentes, neste momento e passada uma semana, que a forma como procedeste não só ofendeu Marina Machete como legitimou aqueles que te acusaram?“.
“Sobre isso não tenho nada a acrescentar nem a retirar. Não sigo redes sociais, mas seria hipócrita se dissesse que tenho um desconhecimento total do que foram as reações. Eu não acho legítimo que um transexual concorra a um concursos de beleza feminina. Como não acho legítimo que concorra a provas desportivas femininas. Porque vicia as regras do jogo. É batota. Da mesma maneira que alguém recorra à inteligência artificial para escrever um romance“, começou por dizer.
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“Disse também que não acreditava que não houvesse concorrentes mais bonitas a concurso. E que, portanto, ela não tinha ganho por ser a mais bonita, mas por ser transexual… E isso tem a ver com uma coisa mais ampla e mais grave: eu não ponho eu causa que as maiorias tenham que ser protegidas”, prosseguiu.
Miguel Sousa Tavares recordou que foi “publicamente a primeira pessoa a defender aqui na TVI, num programa que eu tinha chamado ‘Em Legítima Defesa’, o casamento dos homossexuais, muito antes de ser um tema público e de ser aprovado na Assembleia“. “Protejo o direito a cada um ter a sua orientação sexual, agora, também não acho que tenhamos que nos vergar a uma espécie de tendência, que se não for enfrentada acaba em ditadura, das minorias sobre as maiorias“, rematou.
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