Morreu Helena Rocha, a voz dos anos 60 e a alma do Teatro Politeama. Filipe La Féria e João Baião de luto
Filipe La Féria fala da “grande obreira” do teatro português que brilhou em Amália e A Gaiola das Loucas.
O Teatro Politeama e Filipe La Féria vivem dias de luto. E ainda João Baião. A companhia anunciou com “grande desgosto” a morte de Helena Rocha, atriz, cantora, dramaturgista e professora, figura incontornável da cena portuguesa e presença indispensável em tantas das produções que marcaram as últimas décadas.
“Foi uma das grandes obreiras deste Teatro”, sublinha Filipe La Féria. “A par da sua vida de ensino, dedicou aqui todo o seu talento de maravilhosa criadora e comediante.”
Helena Rocha começou a dar nas vistas como cantora nos anos 60. Tinha voz, tinha presença e rapidamente conquistou o público com sucessos discográficos que se tornaram populares. Mas foi no palco que se afirmou como uma das intérpretes mais completas da sua geração. No Politeama, brilhou em espetáculos que já são clássicos: Amália, My Fair Lady, Rosa Tatuada, Um Violino no Telhado, A Canção de Lisboa. E ainda em A Gaiola das Loucas, onde partilhou cena com José Raposo, Carlos Quintas e Rita Ribeiro, numa interpretação que muitos não esquecem.
Mas Helena Rocha foi muito mais do que a atriz em frente às luzes. Atrás do pano, exerceu funções cruciais como diretora de cena. “Com disciplina e rigor, sempre exemplar, esteve presente em quase todas as produções do Politeama”, recorda a companhia. O teatro, acrescentam, era “a sua grande paixão”, e essa entrega tornou-se inspiração para colegas e discípulos.
Numa nota carregada de emoção, o Politeama afirma: “Helena Rocha ficará para sempre ligada à História do Teatro Português pela total dedicação e qualidade com que exerceu a sua profissão e paixão. À família e a todo o público que a admirava, o nosso profundo desgosto. A ela dedicamos o nosso trabalho e o nosso amor.”
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