
Suzana Garcia, na «Crónica Criminal» no programa «Dois às 10» da TVI, foi muito crítica com Jair Pereira, acusado de um crime brutal, “Esta pessoa não merece 25 anos. Merecia mais. Muito mais”.
Deixa logo críticas quando algumas pessoas da zona do alegado assassino, vem dizer que era boa pessoa, “Ah, ele era boa pessoa. Ela andava a brincar com os sentimentos dele”, ouviu-se por lá. A comentadora não aceitou esta tentativa de vitimização do agressor. “Eu não tenho nenhuma responsabilidade pelo outro, nutrir sentimentos por mim. As relações são recíprocas”, afirmou ainda.
Relembra ainda outra relação que teve com uma venezuelana, marcada por situações de violência doméstica, em que os filhos confessaram que ele dizia, “Agarra-to pelos cabelos para não deixar marcas”. “Tem este perfil. Ele sabe que não pode fazer e tenta mitigar aquilo que está a fazer”, reforçou.
Ainda destaca, “Os filhos deram-lhe um telemóvel para pedir ajuda. Ele não queria que ela tivesse esse telemóvel (…) “Estamos a falar de alguém que, durante pelo menos 10 anos, viu as mulheres como propriedade.”
Quando ao crime, Suzana descarta qualquer problema mental, “Não foi um surto, desculpem-me lá. Esta pessoa viu, premeditou, escondeu o corpo, fez um incêndio para destruir provas, fugiu.” E vai mais longe, ao rebater eventuais estratégias de defesa: “Já estão a plantar notícias de que ele sofre de bipolaridade. E então? Acham que tudo isto foi num surto?”
Considera que ele não irá apanhar 25 anos de pena de prisão, “Não quero ser insistente, mas esta pessoa, que eu nem sei sequer se vai apanhar 25 anos, tenho sérias dúvidas de que idade, mas se nós conseguíssemos dar instrumentos aos nossos juízes, isto vai ser um juiz coletivo, para permitir atribuir-lhe a ele uma pena que fosse o mais próximo da culpa, porque nós não estamos a falar de uma pessoa seráfica e angelical que perdeu a cabeça neste momento.”
Coloca em cima da mesa os passos que ele tomou, “Acham que esta ação toda que ele teve foi no decurso de um surto? Não foi, reparem bem os passos que ele tomou. Por passo, foi ter com a senhora, tentou levá-la para a pastelaria, depois da pastelaria tentou fazer com que ela fizesse com ele alguma coisa ou aceitasse o que quer que fosse, não a permitiu e nisto mata.”
O corpo quando foi encontrado, estava em avançado estado de decomposição, mas percebeu-se que lhe deu pelo menos 10 facadas, “Os óculos dela estavam lá. Corroídos pelo fogo. Sangue na casa. Vestígios hemáceos. Isto é tudo menos um impulso momentâneo”, frisou.
E rematou, “Uma justiça que não é assertiva na aplicação da culpa, acaba por nos deixar a todos reféns de uma ideia de impunidade. E não podemos aceitar isso.”