Noite das Estrelas: Renato Seabra podia ter dito não, mas matou Carlos Castro
Daniel Nascimento lembra que o jovem tinha alternativas e critica a violência que roubou a vida ao cronista social.

Carlos Castro foi assassinado 7 de janeiro de 2011 em Nova Iorque pelo seu amante Renato de Seabra de forma particularmente macabra.
Em 2025, Carlos Castro completaria 80 anos e o tema volta a ser falado por esse motivo, mas também pelo facto da irmã de Renato de Seabra ser deputada na Assembleia da República com assento na bancada da Aliança Democrática.
No programa Noite das Estrelas de ontem, foi novamente discutido o tema, e até foram recuperadas mensagens que Renato e Carlos trocaram, algo que faz parte do processo.
Maya recordou a forma como os dois se conheceram, numa época em que o Facebook ainda era a principal porta de entrada para relações e contactos profissionais: “Ora bem, o que aconteceu foi que Carlos de Castro e Renato de Seabra aproximaram-se através do Facebook, o que acontece muito ainda hoje, não é? As pessoas mandam mensagens através do Facebook a dizer o que pretendem e o que realmente Renato pretendia era fazer uma carreira na moda. Depois aproximaram-se através do Facebook e marcaram o encontro no Porto no decorrer do Portugal Fashion. O encontro foi no hotel Sheraton e foi a mãe, Odília Pereirinha, que levou o filho e esperou no carro uma hora até que o encontro acabasse. A cumplicidade nesse dia foi evidente e prova disso são as mensagens de Facebook seguintes, nos dias seguintes, e que constam do processo. Estão no livro e estão no processo.”
Daniel Nascimento fala mais uma vez revoltado: “aquilo que fomos sabendo e que toda a gente leu e que se soube é que essa relação existia por conta até das viagens que depois eles fizeram juntos e obviamente com o conhecimento da família porque não era escondido. Mas eu em relação ao caso menos me interessa a relação ou não relação que muitas pessoas acham que não existia. A mim o que me custa é de facto o crime e aquilo que aconteceu. O Carlos ter sido privado de continuar a viver a sua vida porque este rapaz tinha uma escolha. Ele tinha uma escolha que era ir-se embora, dizer que não, se a família diz que ele não era homossexual. Portanto, se fosse uma situação… mas podia ter tido a coragem de dizer não, eu quero trabalhar, mas eu não vou fazer qualquer coisa para isso.”
Daniel foi mais longe, tocando num ponto sensível que sempre pairou sobre o processo: a suspeita de que teria existido uma espécie de troca de favores, insinuada, mas nunca totalmente comprovada. “Agora, se a pessoa não disser não… Agora às vezes é mais tempo, Daniel. Pronto, está bem, mas podia ter dito que não, podia ter saído dessa situação e ter dito muito obrigado, mas desta forma eu não quero. Partindo do princípio que lhe foi feita algum tipo de oferta ou de troca de favores, que é isso que também muita gente diz. Toma lá isto e eu faço isto para você.”