A RTP1 estreia a novela brasileira “Topíssima”, na tarde desta segunda-feira, 17 de julho.
“O anúncio, feito pela televisão pública na semana passada, está a suscitar alguma polémica entre os “fãs” dos bastidores televisivos, pode causar alguma indignação numa certa elite, que se prepara para ir a banhos, mas, acredito, não é um caso para os espetadores habituais do daytime de serviço público”, comentou Nuno Azinheira na sua crónica na revista Nova Gente.
“É verdade que Topíssima, uma novela da Record com 145 episódios, quebra uma promessa antiga de que a RTP deixaria de ter novelas, mas se a medida for isolada e não for a ponta de um arpão comercial que se prepara na Marechal Gomes da Costa, não vem mal ao mundo com ela”, prosseguiu o jornalista e comentador do “Passadeira Vermelha”.
“(…) Apostar agora numa novela brasileira à hora de almoço não representa qualquer linha programática, apenas uma forma de tomar competitiva a grelha num horário difícil – e essa, parece-me, não é a vocação da RTP. Nos arquivos da estação há milhares de horas de ficção ou de humor, por exemplo, cujos direitos são da RTP, e que provavelmente seriam tão competitivos como a novela que está a chegar – As Lições do Tonecas, por exemplo, vêm-me logo à cabeça. É que este trunfo brasileiro não é uma coisa de verão: a não ser que a duração original dos episódios seja alterada, teremos novela por sete meses. Ou seja, até fevereiro”, explicou.
“Para os espetadores clássicos, não há problema. Se a novela for fraca, vão optar pela concorrência. Se a trama for boa, vão aderir à oferta, sem grande questionamento crítico. E bem sabemos como a televisão, na maior parte dos casos, é o ópio do povo. E, convenhamos, não vem mal ao mundo por isso”, rematou.